Pelo segundo mês consecutivo, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo teve uma redução para as famílias, passando de 419,3% ao ano em janeiro para 412,5% ao ano em fevereiro deste ano. A queda representa 6,8 pontos percentuais no mês e 7,9 pontos percentuais em 12 meses. Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo Banco Central (BC) por meio das Estatísticas Monetárias e de Crédito.
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O crédito rotativo, que dura 30 dias, é utilizado pelo consumidor quando ele paga menos que o valor integral da fatura do cartão, contraindo assim um empréstimo e começando a pagar juros sobre o valor que não foi quitado.
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Embora seja a modalidade com as taxas mais altas do mercado, em janeiro deste ano entrou em vigor uma lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, em vez dos mais de 400% ao ano que eram cobrados anteriormente. No entanto, essa medida só se aplica a novos financiamentos, o que explica por que as estatísticas ainda mostram taxas elevadas.
Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão de crédito. No caso do cartão parcelado, os juros diminuíram 3,3 pontos percentuais no mês e 7,3 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 184,5% ao ano.
Os juros praticados nas operações de cartão de crédito foram os que mais influenciaram a queda na taxa média de juros cobrada das famílias em fevereiro. Por outro lado, os juros do cheque especial tiveram um aumento de 6 pontos percentuais no mês e uma redução de 2,9 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 131,8% ao ano.
Considerando todas as modalidades de crédito com recursos livres para pessoas físicas, a taxa média de juros atingiu 52,5% ao ano, com uma diminuição mensal de 0,1 ponto percentual e de 6,0 pontos percentuais em 12 meses.
Nas operações com empresas, a taxa média alcançou 21,4% ao ano, com uma queda mensal de 0,9 ponto percentual e de 2,4 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa redução é atribuída principalmente às quedas mensais nas taxas médias das modalidades de desconto de duplicatas e outros recebíveis (1 ponto percentual), capital de giro com prazo superior a 365 dias (0,7 ponto percentual) e cartão de crédito rotativo (38,3 pontos percentuais).
No total do crédito com recursos livres, considerando pessoas físicas e jurídicas, a taxa média de juros atingiu 40,2% ao ano em fevereiro, com uma diminuição de 0,3 ponto percentual no mês e de 3,8 pontos percentuais em 12 meses. Essa redução mensal se deve principalmente à efetiva diminuição das taxas de juros, com um pequeno efeito contrário na composição da carteira.
No crédito direcionado, as taxas médias são definidas pelo governo e se destinam, principalmente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito. Em fevereiro, a taxa média para pessoas físicas foi de 9,4% ao ano, com uma redução de 0,3 ponto percentual no mês e de 0,8 ponto percentual em 12 meses. Para as empresas, a taxa caiu 0,3 ponto percentual no mês e 1 ponto percentual em 12 meses, ficando em 12,2% ao ano.
Com isso, a taxa média de juros das concessões de crédito continua em declínio, atingindo 27,8% ao ano em fevereiro, com uma redução de 0,4 ponto percentual no mês e de 3,3 pontos percentuais em 12 meses. O pico dos juros aconteceu em maio do ano passado, quando chegou a 32,3% ao ano.
Esse comportamento dos juros bancários médios ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, também vem sendo reduzida. A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação e, com a queda dos preços, o BC já cortou a Selic por seis vezes consecutivas, estabelecendo-a em 10,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
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