Após quase nove anos aguardando o julgamento, hoje acaba a tragédia humana ocorrida na vida de Eloi. A celebração é de Gustavo da Luz e Robson Pasquali, advogados de Eloi Dematte – pai que tentou matar o estuprador do filho com um tiro no pescoço após o réu ser absolvido pelo Tribunal do Júri, na última quinta-feira (26).
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O homem cometeu o crime ao descobrir que o cunhado abusava repetidas vezes do rapaz, à época com 16 anos. O menino – que tem deficiência intelectual – foi estuprado ao menos 324 vezes, segundo a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
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A tentativa de homicídio aconteceu em novembro de 2015. Na data, os pais do jovem foram procurados pela psicóloga do filho para uma conversa. Durante o diálogo, a mulher perguntou se o casal tinha conhecimento dos abusos sofridos pelo então adolescente. Segundo ela, em uma sessão anterior, a vítima narrou que o tio, irmão gêmeo da mãe dele, o estuprava desde 1997.
Conforme o relato da vítima, o crime ocorria aos finais de semana – ocasiões em que ficava na casa do agressor. No local, o rapaz era obrigado a vestir calcinha, fio dental e outras roupas femininas. O criminoso também passava batom na boca do sobrinho e o beijava. Segundo o desabafo da vítima, essas torturas psicológicas antecediam os estupros, que ocorriam em um rancho localizado na parte de trás da propriedade.
Nesse rancho, conforme relatado, o homem colocava o sobrinho diante de “roçadeiras, machados e foices”, na tentativa de ameaçá-lo. Conforme consta no processo, o tio dizia que se ele gritasse ou fizesse barulhos, o mataria.
O medo de morrer impedia que a vítima, que tem necessidades especiais, denunciasse os estupros. Contudo, anos após sofrer a violência, o jovem revelou a uma psicóloga o que estaria acontecendo.
Durante a conversa com os pais do rapaz, a profissional disse que o casal ficou abalado. A mãe do jovem, inclusive, contou que “desconfiava” que algo estivesse acontecendo após uma vizinha alertá-la sobre comportamentos estranhos envolvendo tio e sobrinho. À época, porém, a genitora não teria cogitado os abusos.
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