Nessa última quinta-feira (05), em entrevista concedida à revista “Veja”, Reynaldo Gianecchini, 49 anos, contou que passou a se posicionar mais politicamente durante o isolamento social da pandemia da Covid-19. Fora da Globo desde julho de 2021, o artista revelou que na empresa havia uma regra na qual não poderia falar sobre política, onde ele se sentia podado, ainda mais em um período tão tenso politicamente.
Durante a quarentena, Gianecchini afirmou que passou a refletir mais sobre a vida: “Sou privilegiado, não tive problemas financeiros. Percebi que eu era desconectado da sociedade. Comecei a doar o meu salário. Eu fiquei mais empático e aprendi sobre política e questões sociais, como o racismo.“, contou ele logo a princípio.
Logo em seguida, o ator disse que sentiu que era hora de se posicionar. Por isso, seu fim do contrato com a emissora o fez se sentir mais “livre”: “Na Globo, a regra era não falar de política. E eu entendo. Mas chegou uma hora em que precisei me posicionar. O governo Bolsonaro é inegavelmente uma tragédia. Áreas fundamentais para o crescimento de uma nação estão jogadas às traças. Sou filho de professores, uma profissão que amo, e me dói ver como a educação do país está. Isso sem falar do setor cultural.“, pontuou, criticando o atual governo do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL).
Na sequência, o artista, que está pronto para estrelar a segunda temporada de “Bom Dia, Verônica”, na Netflix, falou sobre a importância das plataformas de streaming no cenário atual do país: “O streaming salvou o cinema brasileiro do Bolsonaro”, afirmou.
Gianecchini também disse rever os trabalhos do passado, como “Laços de Família” (2000) com olhar mais crítico e problematizador: “Fiz ‘Da Cor do Pecado’, hoje um título inadmissível. Parece que é chato, mas, para mudar, precisamos ser chatos. Se 60% da população é negra, então todos os elencos deveriam ter no mínimo 60% de negros. Não trabalho em projetos que não tenham elenco diverso.”, revelou.