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    Spotify diz poder identificar se houve fraude em “recorde” de Anitta

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    O serviço de streaming Spotify diz ter condições e ferramentas que podem revelar se houve “robotização” ou “fraude” por parte de fãs da cantora Anitta no recorde mundial que ela bateu no mês passado. 

    No mês passado, a brasileira foi alçada à primeira posição do ranking Daily Top 50 Global —algo até então inédito para qualquer artista nacional. 

    Só naquele dia, sua nova música, “Envolver”, foi reproduzida mais de 6,4 milhões de vezes. Até esta quarta-feira (13) a música segue rumo aos 146 milhões de reproduções. 

    Entre assinantes e usuários da versão gratuita, o Spotify tem cerca de 381 milhões de usuários (dados do próprio serviço, divulgados em novembro de 2021). 

    Suspeita desde o exterior 

    Segundo o site “Olhar Digital”, com base em dados do “Rest of World” (publicação sobre tecnologia sem fins lucrativos), há indícios de que fãs da cantora tenham utilizado métodos “heterodoxos” para impulsionar o lançamento de “Envolver”. 

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    Entre as ações dos fãs de Anitta sob suspeita estão manipulação do algoritmo de resultados do streaming, com a divulgação de métodos e uso de redes VPN para reproduzir as músicas várias vezes com novos IPs (burla o protocolo-raiz, que permite identificar um equipamento com acesso à internet); e também o possível uso de “robôs” (bots) para reproduzirem a música indefinidamente. 

    Há várias postagens em redes sociais entre os séquitos de Anitta no Brasil nesse sentido. O mais grave, no entanto, é que a própria cantora participou ativamente nas redes para estimular o “engajamento” e o aumento do número de audições. 

    Como informou o “Olhar Digital”, um perfil oficial de Anitta retuitou uma internauta em 14 de março passado, orientando que, para aumentar a popularidade da cantora, era preciso montar “playlists” com sua música e sempre lembrar de “usar contas diferentes no Spotify”, além de “lembrar de trocar de contas”. 

    ‘Caso’ já especulado 

    No ano passado, um youtuber norte-americano, professor Scott Lowe, professor de língua inglesa e amante da cultura brasileira, também levantou suspeitas sobre o “tamanho” das reproduções e nº de comentários para o então lançamento “Girl From Rio”. 

    O youtuber avaliou que o lançamento do “hit” fora feito sob medida para o mercado norte-americano, mas que ele quase não via postagens de seus conterrâneos nos sistemas de comentários do YouTube, ou de outras redes. 

    O que diz o Spotify 

    O serviço de streaming Spotify disse que não anunciaria nenhuma posição oficial sobre o tema, mas enviou o conteúdo de seus termos e condições que precisam ser aprovados por todos os artistas, personalidades e criadores de conteúdo diversos que usam a plataforma. 

    “Quando identificamos ou somos alertados sobre casos potenciais ou confirmados de manipulação de stream, tomamos medidas que podem incluir a retenção de royalties, a correção de números de streaming e medidas para garantir que a popularidade do artista ou da música seja refletida com precisão em nossos gráficos. O Spotify reserva-se o direito de remover conteúdo manipulado da plataforma”, disse ao UOL. 

    “Colocamos recursos de engenharia e pesquisas significativos para detectar, mitigar e remover a atividade de streaming artificial no Spotify para que nada atrapalhe nossa missão de dar aos artistas a oportunidade de viver de sua arte e para que os detentores de direitos sejam pagos da maneira mais justa possível para o seu trabalho. A integridade disso é incrivelmente importante para nós, porque um fluxo ilegítimo significa que há artistas honestos e trabalhadores do outro lado que são afetados.” 

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