More

    Tribunal Federal prende Cid após depoimento sobre áudios críticos à PF

    Data:

    Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deixou o Supremo Tribunal Federal (STF) preso após prestar depoimento na Corte, em resposta a áudios vazados nos quais ele critica Moraes e a Polícia Federal. O depoimento durou quase 1h30, das 13h05 às 14h30.

    ++Omissão no combate à dengue contribuiu para a queda de popularidade de Lula, diz pesquisas

    O STF relatou que, “após a conclusão da audiência para confirmar os termos da colaboração premiada, um mandado de prisão preventiva foi cumprido contra Mauro Cid por violação das medidas cautelares e obstrução da Justiça.” De acordo com o Supremo, Cid foi levado ao Instituto de Medicina Legal (IML) pela PF.

    ++Câmara aprova nova regra para “saidinha” de presos: Saiba quais os benefícios do projeto de lei

    Por volta das 13h30 desta sexta-feira (22/3), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ser interrogado pelo juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes.

    Cid não utilizou a entrada principal do STF. Ele optou por uma porta alternativa para evitar o contato com a imprensa.

    A audiência com Mauro Cid foi presidida pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes. Além dele e da defesa, um representante da PGR participou do depoimento.

    Na noite de quinta-feira, a revista Veja divulgou áudios nos quais Cid alega que a PF está com a “narrativa pronta” e que os investigadores “não estão interessados na verdade”. Ele também critica o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que o magistrado já tem uma “sentença pronta”.

    Cid desabafa

    Em comunicado, a defesa de Cid esclareceu que em nenhum momento ele questionou a independência, funcionalidade e integridade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do STF na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador. “Seus advogados não endossam o conteúdo de seus áudios”, afirmou.

    “Esses áudios divulgados pela revista Veja, que parecem ser clandestinos, são apenas um desabafo sobre o difícil momento e a angústia pessoal, familiar e profissional que ele está enfrentando”, disse a defesa de Cid.

    Segundo os advogados, esse “desabafo” decorre “da investigação e de seus impactos na sociedade, na família e nos colegas de farda”.

    “Mas em nenhum momento comprometem a integridade, seriedade e legalidade de sua colaboração premiada firmada perante a autoridade policial, na presença de seus advogados constituídos e devidamente homologada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos da lei”, continuou.

    Delação premiada em risco

    Com a divulgação dos áudios, a Polícia Federal pode reconsiderar a delação premiada de Mauro Cid, aceita pela instituição em setembro de 2023.

    Inicialmente, os investigadores planejavam convocar Cid para esclarecer questões relacionadas aos áudios. No entanto, eles mudaram de ideia e consideraram melhor sugerir que o ex-ajudante de ordens seja ouvido pelo juiz instrutor, já que Cid colocou sua confiança em xeque.

    Fontes ligadas à investigação disseram à jornalista Andreia Sadi que acreditam que Cid tem mais a perder, pois sua delação apenas confirma as outras provas que a Polícia Federal já possui, trazendo poucas novidades.

    Integrantes da PF também avaliam que Cid parece estar enviando mensagens para seu círculo pessoal, criticando a corporação e o ministro Alexandre de Moraes.

    Entre os militares, o movimento de Cid — se confirmado como uma mensagem para Bolsonaro — é considerado contraproducente, uma vez que a investigação já demonstrou um alto grau de detalhes em relação ao ex-ajudante de ordens.

    Não deixe de curtir nossa página no Facebook e também no Instagram para mais notícias do JETSS.

     

    Mais Recentes

    Translate »