O cineasta Luiz Bolognesi, ouviu o funk furar a bolha das suas referências pelos ouvidos das filhas, então com 12 e 14 anos, em meados de 2016. As batidas tocavam no carro, bombavam nas festinhas de aniversário e até nos eventos de lançamento dos filmes de sua produtora.
Naquela época, pesquisas já mostravam que o funk já era o estilo musical mais ouvido pelos jovens no país. O cineasta foi então a campo para ouvir alguns dos principais nomes dos primórdios como Tony Tornado, DJ Marlboro e Cidinho.
Chegou aos anos de 1990 com Buchecha e o Bonde do Tigrão e finalmente a fenômenos recentes, de Valesca Popozuda a MC Carol e Ludmilla, passando por MC Bin Laden, MC Guimê e a turma do Kondzilla, produtora de hits e videoclipes que fizeram do YouTube uma vitrine do funk brasileiro.
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O resultado de toda essa pesquisa sobre o funk está na série documental “Funk.doc: Popular & Proibido”, que estreia hoje na HBO Max. “O funk é um fenômeno complexo que me interessou muito objetivamente pelo desejo de entender a cultura do brasil. Meus amigos intelectuais diziam: ‘por que você vai fazer série sobre funk? Essa música machista e misógina?’ Considero isso um preconceito depois que me aproximei do pessoal do funk. Não fui eu que me despi de preconceitos. Os entrevistados é que me despiram”, disse na coletiva de imprensa para promover o documentário.
Anitta
Maior referência do funk na atualidade, a cantora Anitta foi envolvida, recentemente, em uma série de ataques produzidos por cantores sertanejos identificados que declararam votar em Jair Bolsonaro. Além disso, a ‘poderosa’ vive trocando farpas com o atual presidente em suas redes sociais.
Para Bolognesi, os grupos que tentam criar uma dicotomia entre funk e sertanejo buscam apenas “organizar suas narrativas”. “Mas isso não pega. No universo musical mesmo não há esse embate. Pelo contrário. O funk já conquistou o agro. Entre Bolsonaro e Anitta, o Brasil fica com Anitta”.
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