No último sábado (20), a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Claudia Bucchianeri, negou um pedido da campanha de Lula para que Bolsonaro excluísse uma postagem que o associa à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nas redes sociais, o atual presidente da República publicou o trecho de uma reportagem, feita pela TV Record, que exibe um áudio de um integrante da facção declarado uma “aliança” com o Partido dos Trabalhadores. Na gravação interceptada pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cravada, ele diz: “Com o PT nois (sic) tinha diálogo. O PT tinha com nois (sic) diálogo cabuloso”.
Ao publicar o vídeo, Bolsonaro ainda alfinetou os rivais: “líder de facção criminosa (irraaa) reclama de Jair Bolsonaro e revela que com o Partido dos (iirruuuuu) o diálogo com o crime organizado era ‘cabuloso’”.
“É o grupo praticante de atividades ilícitas coordenadas denominado pela décima sexta e terceira letra do alfabeto com saudades do grupo do animal invertebrado cefalópode pertencente ao filo dos moluscos”, completou.
Em sua decisão, a ministra disse não ter julgado a veracidade do conteúdo, mas ressaltou que se trata de um objeto de investigação da própria Policia Federal, além de integrar uma recente reportagem jornalística.
“O fato é o de que a interceptação telefônica trazida na matéria jornalística compartilhada e comentada pelo representado é real, ocorreu no contexto de determinada operação coordenada pela Polícia Federal, de sorte que a gravação respectiva é autêntica, o que não implica, volto a dizer, qualquer análise de mérito sobre a procedência, ou não, daquilo o quanto dito pelas pessoas cujas conversas estavam sendo monitoradas”, justificou.
Para finalizar, ela esclarece que o caso apenas seria diferente se o conteúdo divulgado por Bolsonaro fosse construído a partir de fatos inverídicos ou descontextualizados.