Ser pai sempre foi o desejo de Erasmo Lima Coelho, de 42 anos, professor e que reside em Cachoeiras de Macacu (RJ). Em meio à pandemia da covid-19, em 2020, ele viu seu sonho se tornar realidade.
++ Novembro contará com 3 feriados; saiba quando
Por meio da busca ativa, o educador conheceu seu primeiro filho, Gustavo, hoje com 15 anos, mergulhando profundamente no universo da paternidade solo. Quatro anos depois a família ganhou mais um integrante: o jovem Daniel, que atualmente está com 14 anos.
Erasmo enfrentou inúmeros desafios até se tornar pai por adoção, porém, se manteve firme em seu propósito: “nunca deixei de falar que um dia iria adotar e que meus filhos estariam em algum lugar me esperando”, disse ele em entrevista à CRESCER.
Assim, aos 38 anos, enquanto comemorava seu aniversário, o professor iniciou o processo de adoção. “Para mim, a adoção foi algo natural, como se sempre fizesse parte de mim”, destacou o profissional.
Em outubro de 2019, o professor obteve sua habilitação para adotar, dando início a sua jornada em busca dos filhos. Ele ainda se lembra da enorme papelada que precisou juntar para levar ao fórum, incluindo documentos de identificação, atestados médicos e antecedentes criminais.
++ Confira as estreias da semana
“Passei por entrevista com psicóloga e assistente social e visita domiciliar. Foram feitos relatórios que seguiram para o Ministério Público que gerou um processo até chegar às mãos da Juíza que deferiu minha habilitação. No total, foram em torno de cinco meses”, relatou.
Desde que embarcou no universo da paternidade solo, Erasmo precisou se adaptar a uma nova vida. Apesar de contar com sua rede de apoio, ele ainda enfrentou muitos desafios. “Não estou me vitimizando, só sendo realista. Tudo é por minha conta: médico, reunião escolar, etc”.
“Quando há algum conflito, tenho que ser aquele que instrui, que chama a atenção e volta para conversar e dizer o porquê aquilo não está certo”, afirmou. “Ser pai solo é com um dia de mar calmo, e outro de ressaca com ondas de 20 metros de altura, invadindo as calçadas”.
O pai ainda destaca que as famílias que adotam não podem ignorar o fato de que seus filhos têm uma história anterior à adoção.
“Isso precisa ser respeitado. Há também situações em que acontecem no processo de adaptação como rejeição, baixa autoestima, complexo de inferioridade por parte dos filhos que, às vezes, nos deixam bastante preocupados e, ao mesmo tempo, precisamos ser fortes para ajudá-los nesse processo”, acrescentou.