Agora técnico, ídolo volta ao clube com missão: não arranhar imagem da época de jogador
A chegada de Xavi no Barcelona é a representação ao vivo e a cores de como ser ídolo de
um clube. Por apostar praticamente toda sua história como jogador no clube, por ter dado
os primeiros passos nas categorias de base, por toda a identificação com torcida… Chega a
até ser difícil explicar o tamanho da estreia de Xavi para o barcelonismo.
Agora, Xavi Hernández tem duas duras missões pela frente: conseguir reconstruir o time
que o projetou para o futebol como técnico e tentar evitar que um eventual desempenho
abaixo do esperado arranhe sua idolatria no Barcelona.
Mudanças na carreira do ex-jogador
O catalão deixou o Al Sadd, do Catar, onde iniciou sua trajetória como treinador em 2019,
para retornar ao Camp Nou, onde substitui o holandês Ronald Koeman, que enfrentou
diversos problemas de ambiente e não vinha conseguindo extrair o melhor do elenco depois
da saída de Lionel Messi para o PSG nesta temporada.
Xavi, então, sai completamente da sua zona de conforto, onde vinha construindo uma linda
história, em busca de reerguer o clube da sua vida.
O ex-meia não é o primeiro e não será o último a reacender o debate se vale a pena correr
o mínimo risco que seja de manchar a história feita em um clube quando era jogador. Um
exemplo recente é Lampard que comandou o Chelsea e acabou demitido. Trazendo para o
futebol brasileiro, Rogério Ceni, maior ídolo do São Paulo, vive momento de pressão no
clube, próximo da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Primeiros desafios para o novo treinador do Barcelona
Sem nem estrear pelo time, Xavi recebeu seu primeiro reforço, um velho conhecido da
época de jogador: Daniel Alves. O lateral-direito veterano teve chegada aprovada pelo
amigo e agora chefe, mas só poderá atuar a partir de 2022, quando poderá ser registrado.
A missão de Xavi enquanto novo técnico do clube catalão não será nada fácil. Em péssima
fase, o time tem sofrido até para ganhar de clubes de menor expressão no Campeonato
Espanhol (são mais de dez pontos atrás do líder) e não está garantido na fase eliminatória
da Liga dos Campeões (briga com o Benfica por uma vaga ao lado do Bayern de Munique,
já classificado).
Em sua apresentação, Xavi reconheceu o momento turbulento vivido pelo clube tanto dentro
quanto fora de campo. Apesar disso, reconheceu o poder da história do Barcelona e usou
discurso semelhante ao de quando vestia a braçadeira de capitão em campo. Por fim,
lembrou que a cobrança no clube é gigante e não basta apenas ser o melhor jogador.
“Estou emocionado por como a torcida me recebeu. Estou muito esperançoso, com vontade
de começar a falar com os jogadores. Sei que é um momento complicado, tanto econômica
quanto esportivamente, mas tenho vontade de devolver a esperança. Aos jogadores, pedirei
nível de exigência, porque somos o Barça, o melhor clube do mundo. Tenho muita
vantagem, conheço o clube, os jogadores. O Barça é o clube mais difícil do mundo porque
tem que jogar bem e ganhar, não vale ganhar por 1 a 0. Vamos tentar. Espero estar no
grupo de Pep, Zidane e companhia, não de outros ex-jogadores”, disse Xavi.
Xavi no Barcelona vai dar certo? Nos resta aguardar para ver se ele conseguirá honrar seu
papel enquanto novo técnico do Barcelona e aguentar a pressão de estar à frente de um
dos maiores da Europa.