Um relatório da missão de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) indica que o governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, “intensificou dramaticamente” a repressão política contra protestos após as eleições presidenciais realizadas em julho deste ano.
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O documento foi publicado nesta terça-feira (17) e aponta ações do governo venezuelano para desmantelar a oposição, limitar a disseminação de informações independentes e impedir protestos pacíficos.
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Marta Valinas, presidente da missão de investigação da ONU, declarou: “Estamos testemunhando uma intensificação da maquinaria repressiva do Estado em resposta ao que entende como visões críticas, oposição ou dissidência.”
Segundo o relatório, 2.400 pessoas foram presas durante protestos após as eleições, e 25 manifestantes morreram, sendo 24 por ferimentos de bala, principalmente no pescoço.
A oposição afirma que seu candidato, González, foi o verdadeiro vencedor das eleições e, após um mandado de prisão contra ele, pediu asilo político na Espanha. O relatório da ONU ressalta que a resposta repressiva do governo Maduro representa uma nova deterioração do Estado de Direito no país.
“As principais autoridades públicas abandonaram qualquer aparência de independência e deferiram abertamente ao executivo”, destaca o documento.
Além disso, o relatório aponta que a repressão levou a um clima de medo entre a população e criou uma política para silenciar e desencorajar a oposição.
Em contrapartida, o governo Maduro responsabilizou a oposição pelas mortes nos protestos e qualificou os manifestantes como “extremistas” e “fascistas”. Também houve um aumento nas alegações de “desaparecimentos forçados” e relatos de tratamento cruel e tortura.
A missão de investigação da ONU sobre a Venezuela foi estabelecida em 2019 pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, e seu mandato foi estendido até setembro deste ano.
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