Uma vacina brasileira contra o câncer de próstata, criada pelo médico gaúcho Fernando Kreutz, começou esta semana a ser testada nos Estados Unidos.
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No Instituto Nacional do Câncer no Rio, a equipe do doutor Franz Campos acaba de iniciar uma pesquisa para entender por que a doença no Brasil parece ter um comportamento diferente do resto do mundo.
“A genética do homem brasileiro é que está sendo estudada e que nós vamos estudar nos próximos três anos”, conta o Dr. Franz.
Com isso, o ex-policial militar Marcos é um dos mais de 10 mil pacientes submetidos a uma biópsia no Inca do Rio desde 2018. O mundo dele desabou quando exames revelaram, dois anos atrás, que ele tinha câncer de próstata.
“Tu vai achando, torcendo pra que dê bom. Aí, quando ele chega e fala que tu tá com câncer, é uma pancada”, conta Marcos.
O câncer de próstata afeta a glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do órgão genital masculino. É o tipo de tumor mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele.
A saber, os médicos avaliaram que no caso do Marcos a doença não era grave. Que ele poderia ser acompanhado sem necessidade de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia. Mas depois de dois anos, o PSA – marcador da próstata usado para o diagnóstico do doença – voltou a subir. E o ex-PM foi encaminhado para uma nova biópsia.
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O procedimento é necessário para confirmar ou não a existência da doença. O doutor Franz Campos, responsável pelo centro de diagnóstico, revela que os dados compilados nesses últimos seis anos surpreenderam os médicos.
De acordo com padrões internacionais, cerca de 30% dos casos positivos são de alto grau, ou seja, mais agressivos. Mas a média de tumores de alto grau no Inca é quase duas vezes maior.
“Fazendo com que a gente entenda que a patologia do câncer de próstata do brasileiro talvez seja diferente do que a gente conhece dos padrões internacionais”, diz Dr. Franz.
Sequenciadores de última geração vão decodificar as células que provocaram a doença nos participantes da pesquisa. O objetivo é conhecer o perfil genético dos tumores para desenvolver tratamentos individualizados para a população brasileira.
Os equipamentos ultra rápidos comprados este ano para a pesquisa vão fazer a decodificação genética das amostras de tumores de 980 pacientes, todos voluntários.
A vacina do doutor Fernando Kreutz também promete tratamentos individualizados. Depois de 25 anos de estudos no Brasil, ela recebeu sinal verde da FDA, Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos.
“É uma caminhada de muita resiliência, de muito apoio de diversas partes. Para chegar onde a gente chegou, são literalmente centenas de pessoas que hoje estão trabalhando para isso”, relata o médico.
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