Sete meses sem resposta, sem justificativa, sem qualquer explicação. Desde abril, uma moradora do bairro Novos Estados, em Campo Grande (MS), vive uma dor que não se ameniza: ela não foi convidada para o casamento do filho e nunca recebeu uma razão para isso. Com o tempo, ele parou de responder suas tentativas de contato, e a costureira, chamada aqui de Mari*, busca entender as razões do filho.
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Na quarta-feira (13), aniversário de Mari, a comemoração foi marcada pelo silêncio e pela tristeza de um rompimento inexplicável. A mãe, de 46 anos, conta que sempre teve uma boa relação com o filho, de 28, mas descobriu por outros filhos que ele se casaria. Com a notícia, ela chegou a economizar para comprar um vestido para o evento, mas o convite nunca chegou.
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Abatida e magoada, Mari se questiona sobre o motivo da exclusão e, depois de meses refletindo, acredita que a razão tenha sido econômica: por ser humilde, ela se sentiu desvalorizada diante do status que o filho alcançou. “Ele é gerente de uma rede de lojas conhecida em Campo Grande. A festa foi luxuosa, com amigos e familiares, e eu fiquei esperando meu convite. Sou mãe, teve o casamento e eu não fui chamada. Chorei tanto sem entender nada”, lamenta.
Mari relata que um mês antes do casamento, o filho a convidou para um jantar, dizendo que pediria a namorada em casamento e queria vê-la antes. No entanto, o jantar nunca foi marcado.
“Acho que ele ia me avisar que eu não seria convidada, mas não teve coragem”, presume Mari. Dias depois, os irmãos do noivo contaram a ela sobre a data da cerimônia, mas, sem coragem de admitir que não tinha sido convidada, ela permaneceu calada. Só no dia da festa é que os outros filhos perceberam a situação.
Mari diz que nunca teve problemas com o filho ou com a esposa dele. “Eu estava feliz por vê-lo contente e fiquei radiante ao saber do casamento. Nunca tivemos desentendimentos”, afirma. Após a cerimônia, o casal se mudou para outra cidade, e o filho parou de responder suas mensagens, chegando a bloqueá-la nas redes sociais. “Ele não teve coragem de me explicar por que fez isso”, acredita.
Para Mari, o motivo da exclusão teria sido o seu estilo de vida mais simples. “Ele não quis me apresentar aos convidados. O motivo foi de estraçalhar meu coração: não estava à altura do padrão da festa. Sou mãe, mas fui excluída porque sou pobre, fui a única que não foi convidada”, diz, emocionada. A tristeza foi tamanha que Mari diz ter tido um princípio de AVC, mas atualmente tenta se recuperar.
A costureira recorda que sempre lutou para dar condições aos filhos, trabalhando como cabeleireira no centro de Campo Grande, mas o filho deixou a casa aos 13 anos para morar com o pai, que tinha melhores condições. Apesar disso, Mari conta que a relação entre eles sempre foi boa e que o filho chegou a telefonar semanas antes da cerimônia, alimentando sua expectativa de proximidade.
Os outros filhos questionaram o irmão sobre a ausência do convite, mas, segundo Mari, ele permaneceu em silêncio. Para tentar lidar com o ocorrido, a costureira busca apoio psicológico. Em seu aniversário, ela lida com a dor e considera que, mesmo que um dia receba uma explicação, o impacto emocional de ter sido excluída de um momento tão especial é irreparável.
Nota: O nome Mari foi alterado para preservar a identidade dos envolvidos. O filho dela foi contatado pela reportagem e aguarda o retorno de seu advogado para se manifestar.
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