Nesta semana, uma água-viva gigante da espécie Drymonema gorgos foi registrada na Ilha do Montão de Trigo, localizada entre São Sebastião e Bertioga, no Litoral Norte de São Paulo.
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O impressionante registro foi feito pelo fotógrafo Rafael Mesquita, que aproveitou o momento para medir a temperatura da água, que estava a 15,5°C, e o tamanho aproximado do animal: 60 centímetros de diâmetro e tentáculos com cerca de 10 metros de comprimento.
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Para se ter ideia do tamanho, o homem mais alto do mundo, o turco Sultan Kösen, mede 2,51 metros, segundo o Guinness World Records. A Drymonema gorgos é, portanto, aproximadamente quatro vezes maior.
No Brasil, esta é a maior espécie de água-viva já registrada e, apesar de sua imponência, sua aparição é rara. No entanto, ela é associada a acidentes devido à presença de células urticantes em seus tentáculos.
“Tem mais de mil espécies de águas-vivas no mundo. No Brasil, temos cerca de 15 dessas maiores, que conseguimos observar a olho nu, mas há outras menores. Dentre essas, aproximadamente seis espécies são associadas a acidentes em humanos”, explicou Alberto Lindner, professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O nome Drymonema faz referência às górgonas da mitologia grega, conhecidas por sua aparência assustadora e capacidade de petrificar com o olhar. Apesar disso, outra espécie brasileira, a Lychnorhiza lucerna, rivaliza em tamanho, chegando a até 50 centímetros de diâmetro. Contudo, essa espécie não apresenta perigo aos humanos, pois não possui tentáculos. “Ela tem células urticantes muito pequenas, apenas para capturar plânctons, que são sua principal fonte de alimento”, explicou Lindner.
No cenário global, há um debate sobre qual seria a maior espécie de água-viva. A Cyanea capillata, conhecida como “Juba de Leão”, possui tentáculos que podem alcançar 37 metros. Outra candidata é a “Umbrella”, espécie comum no mar do Japão, também com dimensões superiores a 30 metros.
“Tem toda uma discussão. A Juba de Leão tem tentáculos gigantescos, e a Umbrella também é impressionante. Ainda não há consenso sobre qual é a maior espécie”, destacou Lindner.
A aparição de uma Drymonema gorgos no Brasil reforça a biodiversidade do litoral brasileiro e a importância de preservar ecossistemas marinhos, permitindo que espécies tão fascinantes continuem a surpreender.
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