Realizado neste último sábado (19) pela TV Record e pelo jornal O Estado de S. Paulo, o segundo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foi intenso desde o início, com trocas de ataques e provocações entre os dois.
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Já no primeiro bloco, Nunes questionou Boulos sobre segurança pública e drogas. Em resposta, o candidato do PSOL levantou questões envolvendo a máfia das creches e o recente apagão na cidade. O debate ocorreu a uma semana do segundo turno, marcado para o domingo, 27 de outubro.
Assim como no primeiro encontro, realizado pela TV Bandeirantes em 14 de outubro, os candidatos mantiveram o tom agressivo. Nunes classificou Boulos como extremista, enquanto o candidato do PSOL acusou o atual prefeito de mentir.
Segurança Pública
Na primeira rodada de perguntas, Nunes provocou Boulos, perguntando se ele “apoia a bandidagem e é contrário à Polícia Militar”. Boulos rebateu, acusando o adversário de começar o debate com mentiras. Ele defendeu um modelo de polícia armada que “funciona na Europa”, duro com o crime, mas igualitário no tratamento aos cidadãos. Boulos também fez uma crítica indireta ao vice de Nunes, Mello Araújo (PL), afirmando que ele defendia um tratamento diferente para quem mora nos bairros ricos em comparação aos moradores da periferia. Nunes, por sua vez, afirmou que o problema de Boulos não era com o vice, mas com a polícia em geral.
Apagão
O recente apagão em São Paulo também foi um tema central. Boulos responsabilizou Nunes pelo que chamou de “falta de manejo e poda de árvores”, contribuindo para a crise. Em resposta, Nunes alegou que a fiscalização da Enel, empresa responsável pela energia elétrica, é de responsabilidade do governo federal, não da prefeitura.
Drogas e aborto
Nunes questionou a posição de Boulos sobre a legalização das drogas e do aborto. O candidato do PSOL declarou que traficantes devem ser tratados como criminosos, mas que os dependentes químicos precisam de assistência. Sobre o aborto, Boulos defendeu que o prefeito deve seguir a lei, que permite a interrupção da gravidez em casos de estupro, risco de vida para a mulher ou inviabilidade do feto.
Direitos de resposta e máfia das creches
Ambos os candidatos receberam direitos de resposta durante o debate. Um dos momentos mais polêmicos foi quando Boulos insinuou que “bandidos da máfia da creche” deveriam estar presos, em referência ao indiciamento de 117 pessoas pela Polícia Federal por um esquema de desvios de verba de merendas. Nunes, que não está entre os indiciados, afirmou que já prestou esclarecimentos à Justiça e acusou Boulos de promover ataques pessoais e falsas acusações.
Considerações finais
Em suas considerações finais, Boulos pediu aos eleitores que não se deixassem intimidar por fake news e ataques, afirmando estar preparado para governar. Nunes, por sua vez, destacou seu trabalho e projetos para continuar gerando empregos e oportunidades na cidade, ressaltando a importância de dar continuidade às ações em andamento.
O debate refletiu o clima acirrado da disputa pela prefeitura, com os dois candidatos centrando seus esforços em desqualificar o adversário enquanto buscavam convencer os eleitores indecisos a uma semana do segundo turno.
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