Sentada entre as pernas de sua avó Rosalina, Ana Lúcia de Lima, 68 anos, vivia a alegria de ver as tranças feitas pelas mãos da avó em Belo Horizonte. Hoje, Ana, a trancista mais antiga em atividade no Distrito Federal desde 1970, transmite essa tradição para outras mulheres negras.
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“A trança é uma forma de preservar a história do meu povo e simboliza resistência”, afirma Ana.
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O papel das trancistas será debatido nesta quinta-feira (25), no Festival Latinidades, às 14h, no Museu da República em Brasília.
O evento, apoiado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), contará com a participação da pesquisadora Layla Maryzandra, que coordenou o projeto “Tranças no Mapa”, contemplado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC).
Layla, que estudou o tema durante seu mestrado na Universidade de Brasília (UnB), mapeou 95 trancistas negras no DF e 122 em outras regiões. Ela defende que a prática das tranças é um saber tradicional e deve ser considerado patrimônio imaterial do país.
“A pesquisa mostra que trançar não é uma moda passageira, mas um modo de vida de mulheres negras”, diz Layla.
O evento contará com a presença de Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e será realizado em parceria com o Ministério do Trabalho e o Instituto Fios da Ancestralidade. O tema de 2024 é “Vem ser fã de Mulheres Negras”.
Além da pesquisa de Layla, o projeto continuará no próximo ano com mais suporte e recursos, incluindo uma segunda edição financiada pela Lei Paulo Gustavo. O trabalho busca valorizar e dar visibilidade ao ofício das trancistas e suas histórias, destacando a importância cultural e ancestral da prática.
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