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    PF investiga espionagem com dispositivos “chupa-cabras” no INSS de Brasília

    Data:

    A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação para apurar a instalação clandestina de dispositivos de espionagem em servidores de computadores no edifício-sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Brasília. 

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    Os “chupa-cabras” foram descobertos em seis dos dez andares do prédio, que concentra dados de pagamento de 39 milhões de beneficiários.

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    A equipe de Tecnologia da Informação (TI) do INSS encontrou os dispositivos durante uma inspeção física na rede em 26 de junho. A PF foi acionada por Alessandro Stefanutto, presidente do INSS. Os dispositivos poderiam ter acessado dados não criptografados da rede.

    Para não levantar suspeitas, a PF atuou de maneira discreta, com agentes à paisana e viaturas descaracterizadas. Os dispositivos estavam em áreas restritas e seguras do prédio, indicando possível acesso privilegiado.

    A ação dos criminosos pode ter comprometido senhas de alta gestão, incluindo a do presidente do INSS. No dia 27 de junho, todos os funcionários do prédio foram orientados a trocar suas senhas.

    Manifestação do INSS

    O INSS confirmou a instalação dos dispositivos de espionagem em nota:

    “No final do mês passado, uma equipe da Diretoria de Tecnologia da Informação detectou um comportamento estranho na rede. Foi iniciada a varredura no prédio do INSS para localizar a máquina geradora desse comportamento. Ao encontrar o dispositivo irregular, o INSS chamou a Polícia Federal.

    O tráfego interno na rede é criptografado e para acessar os sistemas é necessário certificado digital, login na VPN e validação em dois fatores. Não foi identificado vazamento de informações ou comprometimento de senhas de servidores. A troca de senhas é um procedimento padrão em caso de indício de qualquer irregularidade. O caso está sob investigação da Polícia Federal.”

    Escândalos recentes no INSS

    O INSS enfrenta outros escândalos recentes, incluindo a revelação de descontos indevidos aplicados por associações sem fins lucrativos em aposentadorias, que embolsaram mais de R$ 2 bilhões desde janeiro de 2023. As entidades, acusadas de filiar aposentados sem autorização, enfrentam 62 mil processos judiciais e ganham até R$ 30 milhões por mês com contribuições descontadas diretamente da folha de pagamento dos aposentados.

    Atualmente, 29 associações são autorizadas pelo INSS a praticar “desconto de mensalidade associativa” nos benefícios de aposentadoria e pensão. Desde o início de 2023, o número de filiados e o faturamento dessas associações aumentaram significativamente, de R$ 85 milhões para R$ 250 milhões por mês. Muitos aposentados alegam terem sido filiados ilegalmente e estão recorrendo à Justiça para reaver os valores descontados.

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