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Dependente químico morre após ser espancado em clínica de reabilitação em SP

Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, morreu nessa segunda-feira (8) após ser torturado e espancado em uma clínica de reabilitação em Cotia, na Grande São Paulo, onde havia dado entrada três dias antes.

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O monitor terapêutico Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, foi preso em flagrante após a polícia ter acesso a um vídeo gravado pelo próprio indiciado, no qual a vítima aparece amarrada em uma cadeira. Matheus também gravou um áudio, compartilhado em redes sociais, no qual afirma ter espancado Jarmo até a mão doer.

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“O áudio foi um dos indicativos para a prisão, mostrando que Matheus realmente torturou o rapaz, bateu muito nele. Que a intenção era lesionar mesmo, enfim”, afirmou Adair Marques, delegado de Itapevi.

O enfermeiro Cleber Fabiano da Silva, de 48 anos, é investigado pelo suposto envolvimento no espancamento, assim como outros funcionários da Comunidade Terapêutica Efatá.

A defesa de Cleber, da clínica e de Matheus não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

Espancamento

O delegado Adair Marques afirmou nesta terça-feira (9) que a vítima foi espancada e, após passar mal, encaminhada para o Pronto Socorro de Vargem Grande Paulista, onde morreu.

“Ele provavelmente morreu por causa do espancamento, tudo indica que sim. Mas aguardamos que a perícia confirme a causa da morte”, disse o delegado.

Jarmo deu entrada na clínica na noite de sexta-feira (5), quando profissionais do local foram buscá-lo em casa. Familiares acionaram a instituição alegando que Jarmo “estava surtado” na residência onde mora com a mãe, uma idosa. A agressividade ocorria devido à dependência química do homem. Essa foi a última vez que a família viu a vítima com vida.

A tortura e as agressões ocorreram entre sexta e segunda-feira, conforme mostram as investigações da Polícia Civil.

“Cobri no pau”

Matheus amarrou a vítima em uma cadeira e decidiu gravar a cena. No vídeo, ele aparece, juntamente com outras pessoas, debochando de Jarmo. Todos usavam roupas de frio enquanto o homem estava sem camisa, usando apenas uma bermuda.

O monitor também gravou um áudio, falando sobre a violência. “Cobri [a vítima] no cacete, cobri…Chegou aqui na unidade, [veio] pagar de bravo, cobri no pau”, afirmou.

Após ser preso, Matheus afirmou ter usado força contra Jarmo, alegando que fez isso para “conter” o interno. Segundo o indiciado, o homem estaria exaltado e violento com outros pacientes.

Jarmo ficou com hematomas na cabeça e pelo corpo, conforme mostram imagens enviadas ao Metrópoles.

As investigações agora focam na identificação de mais pessoas eventualmente envolvidas na tortura seguida de morte. As licenças de funcionamento da clínica, assim como a capacitação do preso para cuidar de dependentes químicos, também estão sendo apuradas.

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