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    Desembargador do TJSP é suspeito de venda de sentenças

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    Depósitos em espécie de R$ 641 mil, pagamentos em dinheiro para uma empresa do filho, diálogos sobre propinas e decisões judiciais suspeitas. Esses são os indícios contra o desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), investigado por venda de sentenças.

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    O magistrado foi alvo de busca e apreensão na Operação Churrascada, deflagrada na última quinta-feira (20) pela Polícia Federal (PF), sob ordem do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Fernandes também determinou o afastamento de Ivo de Almeida por um ano. A investigação foi revelada pelo jornalista Fausto Macedo, do Estadão, e confirmada pelo Metrópoles.

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    A investigação começou com a Operação Contágio em 2021, que apurava desvios em hospitais públicos. O guarda municipal e advogado Wellington Pires, suspeito de lavar dinheiro para o esquema, foi flagrado discutindo a compra de decisões judiciais.

    Pires era o intermediário entre o desembargador e o advogado Luiz Pires Moraes Neto. A Procuradoria-Geral da República (PGR) encontrou várias mensagens entre eles e Valmi Lacerda Sampaio, falecido em 2019, que usava “churrasco” como código para plantões judiciais onde Almeida despacharia

    Em 2018, Valmi avisou Wellington sobre um “churrasco” e mencionou uma “picanha” (propina). Diálogos sugerem pagamentos a um posto de gasolina, sócio de Valmi, que recebia dinheiro de Luiz Pires. Após a morte de Valmi, Wilson Vital Menezes Junior, seu suposto “filho”, assumiu o papel de intermediário.

    Um caso envolve Adormevil Vieira Santana, condenado por roubo e estelionato. Mensagens indicam propinas para obter habeas corpus, resultando na concessão de prisão domiciliar para Adormevil, beneficiando-o seletivamente. Outro caso envolve Romilton Queiroz Hosi, traficante de drogas, com negociações de propina de R$ 1 milhão, embora o habeas corpus não tenha sido concedido.

    A PF e a PGR identificaram indícios de rachadinha no gabinete de Almeida. Entre 2016 e 2022, R$ 641 mil foram depositados em suas contas. Houve transferências de servidores para o magistrado e um depósito de R$ 65 mil na conta da empresa do filho de Almeida, coincidindo com uma petição de Luiz Pires.

    O advogado Alamiro Velludo Salvador Netto, que defende Ivo de Almeida, declarou que ainda não teve acesso aos autos que sustentaram as medidas cautelares e espera poder se manifestar após revisão completa das investigações para restabelecer a verdade e a justiça.

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