O Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), é uma data importante para refletir sobre a representatividade política negra no Brasil. Apesar de o país ter uma população majoritariamente negra, com 56,2% de pretos e pardos, a representatividade política dessas pessoas ainda é baixa.
++Insatisfeitos com o governo Lula, auditores da Receita Federal ameaçam greve por bônus
Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 771 casas legislativas de municípios brasileiros não têm um vereador negro sequer. Isso corresponde a 13,86% dos municípios que realizaram eleições em 2020 e o farão, novamente, em 2024.
++TSE multa Bolsonaro por desinformação a respeito do “Lula Flix”
No âmbito estadual, não há nenhum governador autodeclarado preto. Já no âmbito federal, apenas 5,47% dos eleitos para presidente, governadores, deputados e senadores se declaram pretos. Já 26,62% se autodeclaram pardos.
Esses números demonstram que a democracia racial no Brasil ainda é uma utopia. Apesar de os negros serem maioria na população, eles estão sub-representados nos espaços de poder.
Há, no entanto, alguns avanços a serem registrados. Em 2022, o TSE registrou o maior percentual de candidaturas negras desde 2014. Além disso, a Câmara dos Deputados aprovou, no início deste mês, a criação de uma bancada negra na Casa.
Ainda assim, é preciso avançar muito para garantir a plena representatividade política dos negros no Brasil. Para isso, é necessário combater o racismo estrutural que ainda existe na sociedade brasileira.
A ministra Edilene Lôbo, primeira mulher negra a assumir uma cadeira no TSE, destacou a importância de se debater, de forma permanente, o tema antirracismo.
“Não basta não ser racista; nós precisamos ser antirracistas. Primeiro, nós precisamos combater o racismo dentro de nós, desconstruir isso que absorvemos por séculos. E depois conversar com as pessoas, lutar para que o dia 20 de novembro, bem como todo o mês de novembro, seja de celebração e de luta, um compromisso com o diálogo frequente com a sociedade brasileira para que nós coloquemos na mesa o tema da luta antirracista. Democracia sem a população negra não é uma democracia, ou está incompleta”, ressaltou a ministra.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook e também no Instagram para mais notícias do JETSS.