Luiz Inácio Lula da Silva elevou o tom nas críticas a Jair Bolsonaro durante a sabatina no Jornal Nacional nesta quinta (25). Ele afirmou que o atual presidente da República é um refém do Congresso Nacional e que não tem qualquer controle sobre o orçamento da União. “O Bolsonaro parece um bobo da corte”, disparou o petista.
“O Bolsonaro não manda em nada, ele é refém do Congresso Nacional. Ele sequer cuida do orçamento. Quem cuida é o Arthur Lira [presidente da Câmara]. Os ministros ligam para ele, não ligam para o presidente. Isso nunca aconteceu desde a Proclamação da República”, disse.
Um dos termos mais duros utilizados pelo político para se referir ao principal adversário na corrida pelo Palácio do Planalto foi “bobo da corte”.
“Veja que engraçado, ele agora acabou de aumentar o auxílio emergencial para R$ 600. Ele queria R$ 200, e a gente queria R$ 600. Ele agora mandou esse valor. Até quando? Até dia 31 de dezembro. Porque na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] que ele mandou para o Congresso Nacional não há continuidade. E ele vem aqui mentir e dizer: ‘eu vou continuar’. Se ele vai continuar, porque não colocou nas diretrizes?”, questionou durante o JN.
Ele também criticou o chamado “orçamento secreto”, um dos principais escândalos de corrupção do governo de Bolsonaro. “O senhor acredita mesmo que vai conseguir convencer o congresso a abrir mão de um mecanismo que dá tanto poder aos parlamentares?”, questionou Renata Vasconcellos.
“Vou [conseguir] conversando com eles. Durante a campanha, você vai perceber que eu vou trabalhar muito essa questão. Hoje não é só o presidente, os governadores dos estados estão todos reféns dessas emendas secretas também. Antigamente, o deputado ia conversar com o governador para fazer aplicação de verba. Hoje, não conversam mais”, criticou.
“Tem deputados liberando R$ 200 milhões, R$ 150 milhões. Isso é um escárnio, não é democracia. Então, pode ficar certa, que nós vamos resolver conversando com os deputados”, acrescentou.
Lula ainda falou que é necessária uma renovação política para conseguir governar em um eventual terceiro mandato. “Eu espero que a sociedade brasileira, nestas eleições, aprenda uma lição muito grande: o Congresso Nacional é o resultado da sua consciência política no dia das eleições. Quando você for votar, coloque esperança, otimismo e não coloque rancor na urna porque não dá certo”, finalizou.