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    ONG usa lixo tecnológico para ajudar a remover redes de pesca do Oceano

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    Em uma fusão de tecnologia e conservação, a Tangaroa Blue Foundation, uma ONG australiana dedicada à limpeza dos oceanos, está utilizando lixo tecnológico para combater um dos maiores desafios ambientais enfrentados pelos mares: as redes de pesca fantasmas. Esses equipamentos perdidos ou abandonados no oceano causam danos graves à vida marinha, desde ferimentos até a morte por inanição, ao capturarem animais de forma não intencional.

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    As redes de pesca fantasmas são um problema crescente para a vida marinha. Esses equipamentos podem ser grandes, pesando até três toneladas e cobrindo áreas extensas, como campos de futebol. Muitas vezes, são deixadas para trás por pescadores ou se soltam devido a condições adversas no mar. Os animais marinhos que ficam presos nelas enfrentam sérios riscos, pois não conseguem se mover para se alimentar ou escapar.

    De acordo com informações divulgadas pelo Um Só Planeta, a Tangaroa Blue Foundation lançou o Project ReCon, uma iniciativa pioneira que utiliza bóias de GPS recicladas para localizar redes de pesca fantasmas. A ideia surgiu em 2022, quando os voluntários da ONG encontraram bóias de pesca abandonadas equipadas com GPS durante uma das limpezas no oceano. Em vez de descartá-las, eles perceberam que o equipamento ainda estava funcional e poderia ser reciclado para um novo propósito: detectar redes fantasmas.

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    Com o apoio da empresa de tecnologia Satlink, as bóias foram recondicionadas e testadas para garantir que o GPS funcionasse corretamente. Após esse processo, as bóias foram novamente colocadas na água, onde passaram a monitorar a presença de redes de pesca abandonadas.

    Apesar do sucesso inicial, o Project ReCon enfrenta desafios logísticos. Redes de pesca fantasmas podem ser enormes e difíceis de retirar imediatamente após serem localizadas. Para lidar com isso, a ONG mantém um monitoramento contínuo das redes com as bóias de GPS até que uma empresa parceira possa fornecer os recursos necessários para a remoção.

    Desde o lançamento do projeto, em setembro de 2023, a Tangaroa Blue Foundation conseguiu retirar duas redes gigantes do oceano, a mais recente pesando 2,4 toneladas e retirada em abril deste ano. Essas redes estavam sendo monitoradas pelas bóias desde março, e a operação de retirada foi viabilizada com o apoio de uma empresa de mineração.

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