Fábio Porchat decidiu se retratar publicamente após ter defendido o humorista Leo Lins, envolvido em polêmicas relacionadas à transformação de preconceito em suas apresentações de comédia. Após utilizar o argumento da liberdade de expressão para contestar a censura de piadas consideradas racistas e homofóbicas, o apresentador e comediante apagou suas postagens anteriores, amplamente criticadas nas redes sociais, e fez um novo pronunciamento.
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Porchat utilizou seu perfil no Instagram para compartilhar um vídeo no qual reconhece ter cometido um equívoco. “Eu tenho pensado bastante nos últimos dias depois das minhas postagens no Twitter. Eu li muita coisa, recebi muitas mensagens, conversei com muita gente legal. E eu entendi totalmente as reações. Eu sei que muita gente ficou ofendida, decepcionada, e com razão. Isso mexeu comigo”, disse.
O comediante enfatizou que sua intenção nunca foi defender o humor racista. Segundo ele, desde sempre, buscou promover um tipo de humor que não causasse dor nem ferisse ninguém. “Queria deixar muito claro aqui que a minha posição nunca foi defender o humor racista. Continuo afirmando que a comédia que agride, que humilha, que bate em grupos minorizados é péssima, é velha, é desnecessária. Ela atrasa o avanço social”, afirmou Porchat com veemência.
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Reconhecendo a necessidade de uma reflexão mais cuidadosa sobre o tema antes de expressar sua opinião, o comediante admitiu: “Achei importante agora deixar claro o que eu penso, porque eu não deixei antes. Eu escrevi dois tuites sobre um assunto complexo, eu falei de forma rasa, precipitada, confusa. Então eu errei. E é por isso que decidi, também, apagar os tweets. Para refazer o meu posicionamento. Para que ele fique mais claro, coerente com o que eu penso. Porque do jeito que ele estava solto, ele estava irresponsável”.
Porchat reiterou que sua intenção era discutir a importância da liberdade de expressão. Para ele, isso implica a possibilidade de expressar-se sem medo e sem censura, mas sempre dentro dos limites estabelecidos pela lei. “A liberdade de expressão não isenta ninguém da responsabilidade pelo que diz”, ressaltou.
Ao concluir o vídeo, Porchat enfatizou seu apoio às minorias e reconheceu que a mudança real não ocorre apenas por meio da legislação, mas sim por meio dos movimentos sociais que precisam ser apoiados. “A mudança de verdade vem dos movimentos sociais, que precisam ser apoiados. Eu valorizo a opinião de cada um de vocês e podem contar comigo sempre. Vamos em frente”, encerrou.
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Entenda o caso
A defesa inicial de Fábio Porchat ocorreu após uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que determinou que Leo Lins apagasse de seu canal no YouTube um vídeo de uma de suas performances, alegando que o humorista estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”.
Em seu primeiro posicionamento, divulgado no Twitter, Porchat afirmou não ver problemas em piadas que ridicularizam minorias sociais. “Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei, pode-se fazer piada com absolutamente tudo”, dizia um trecho do tweet original, no qual o apresentador classificou a decisão judicial como “vergonhosa”.
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