A cantora e ex-BBB Flay, falou pela primeira vez para falar sobre um abuso que sofreu em sua infância. Em entrevista à Vogue, a artista revelou ter transformado o trauma em música. A faixa intitulada “Eu era só uma menina” faz parte de seu novo álbum, “IMPERFEITA”.
Segundo Flay, ela passou um longo período sem conseguir lidar com a situação, mas diz que transformar isso em arte foi libertador. “Cheguei à conclusão que a arte poderia me salvar. Eu não tive culpa do que havia acontecido. Fui uma vítima. Era uma garota de 11 anos, sem muita informação, que não teve sua vontade respeitada”, afirmou.
A cantora relata que o crime aconteceu quando ela foi beijar um rapaz mais velho, e ele foi avançando, mesmo ela pedindo para que parasse. “Meu ‘não’ foi completamente ignorado. Não tinha noção do que viria a seguir. Foi uma sensação horrível. Fui invadida e machucada. Durante muitos anos, escondi o abuso. Apenas minha mãe e duas amigas sabiam do fato”, contou.
Flay afirma que nunca havia se sentido preparada para trazer esse assunto a público: “Em 2020, quando participei do Big Brother Brasil, minhas colegas de confinamento trouxeram diversas pautas sobre a mulher, mas eu não estava pronta para ter essa conversa. A sociedade coloca na nossa cabeça que isso é feio, nos responsabilizam de alguma maneira. Porém, não temos do que nos envergonhar, não somos as criminosas.”
Por fim, declara que neste novo trabalhou, está retratando todas as experiências de sua vida, suas dores e o período de julgamento que sofreu após participar do Big Brother Brasil. “Estou jogando na mesa os males que me fizeram, os erros que cometi com os outros, minhas vinganças. Enfim, retrato as experiências que me transformaram em quem sou hoje”, encerrou.