O Brasil se despediu nesta quinta-feira (2) de uma das maiores jornalistas do país, Glória Maria. Aos 73 anos, Glória veio a óbito após enfrentar duros tratamentos contra um câncer de pulmão e depois, de cérebro.
A repórter que é até conseguiu se livrar do tumor inicialmente, teve que lidar com o consequência da doença, que evoluiu para uma metástase no cérebro. A agressividade dos procedimentos deixa os pacientes bastante fragilizados, Glória por exemplo, impediu que amigos como Pedro Bial a visitassem em seu último mês de vida.
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A apresentadora estava afastada da Globo desde agosto de 2022 para tratar o problema. Reservada quanto a doença, ela não tornou público detalhes sobre seu estado de saúde. O neurocientista Fabiano de Abreu Agrela revelou à imprensa que o tipo de tumor enfrentado por Glória era complicado. “Não há cura, mas existem tratamentos”, enfatiza.
Glória, que escondia o hábito de fumar cigarros, enfrentou o câncer de pulmão primeiramente. Após o tratamento inicial, a jornalista foi afetada por uma metástase no cérebro: a evolução da doença no organismo. Isso acontece quando as células cancerígenas se desprendem do tumor principal e passam pela corrente sanguínea ou linfática.
“No caso do câncer de pulmão, há o risco de ir parar no cérebro e lá se multiplicar. Isso acontece devido à deficiência do organismo em combater as células cancerígenas que se reproduzem fora do normal. Isso pode acontecer com diagnóstico tardio ou em estágio avançado da doença”, argumenta o médico.
Existem inúmeros tratamentos para combater o câncer de pulmão, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. A radio e as cirurgias costumam apresentar resultados melhores, mas tudo depende do paciente. O tratamento prolonga a vida da pessoa com câncer, mas o tumor cerebral não tem cura.
“O câncer de pulmão pode se espalhar para quase qualquer parte do corpo, mas os locais mais comuns de metástase são o fígado, ossos, glândulas adrenais e cérebro, que foi o caso dela. De um modo geral, o câncer de pulmão é tipicamente um câncer que cresce rapidamente e se espalha cedo.”, explica o Dr. Fabiano de Abreu.
A Rede Globo confirmou que Glória alcançou êxito no tratamento contra o câncer em duas ocasiões: em 2019, logo após ser diagnosticada com um tumor no pulmão, e depois com a metástase no cérebro.
Quando se ausentou da emissora, ela combatia novas metástases cerebrais. Mas os medicamentos passaram a não fazer efeito. “O tratamento depende de onde um tumor secundário desenvolve. Geralmente são tratados com radioterapia ou quimioterapia”, descreve o neurocientista.
“Muitas pessoas são tratadas de câncer, vivem o resto de suas vidas e morrem de outras causas. Muitos outros são tratados de câncer e ainda morrem dele, embora o tratamento possa lhes dar mais tempo: até mesmo anos ou décadas”, concluiu.
A jornalistas deixa duas filhas adolescentes. A repórter era mãe de Maria, 15 anos, e Laura, de 14. As duas foram adotadas em 2009, após uma temporada de Glória na Bahia.
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