Na noite da última sexta-feira (05), Carlos Alberto de Nóbrega usou as redes sociais para publicar um vídeo lamentando a morte de Jô Soares. Emocionado, ele prestou homenagem ao seu grande amigo, relembrando momentos que eles viveram longe das câmeras.
“Vocês talvez possam não entender de eu não ter dado nenhuma declaração. Talvez não possam compreender que, em vez de uma roupa bonita, eu estou com o meu pijama. Mas quero que vocês entendam uma coisa: eu fiz uma troca, eu troquei as dezenas de pedido de entrevista pelo silêncio… Eu queria que o meu choro fosse só meu, porque a vida não é só sucesso, não é só dinheiro, é o que a gente planta, são as amizades que a gente tem”, iniciou o apresentador com a voz embargada.
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“Eu chorei a morte do maior gênio que surgiu na televisão brasileira. Não conheci ninguém mais culto do que o Jô. Eu chorei o amigo, eu chorei o que me lembrei de quando cada um comprou um carro, o dele pegou fogo e o meu veio quebrado. Nós tínhamos 20 e poucos anos e falei: ‘Jô, vou devolver esse carro e, se ele não aceitar, eu vou dar uma surra nesse cara’ e sabe o que o Jô falou? Como não sei brigar, ele disse: ‘Eu vou sentar em cima dele’. Ele tinha 150 quilos naquela época”, relembrou.
Carlos Alberto também contou histórias da época da ditadura militar, em que eles precisavam esconder livros para que os agentes não queimassem. “Várias vezes eu estava na casa do Jô e telefonavam dizendo: ‘Olha, os homens estão procurando livros’. Eu tinha um carro com porta-malas grande, e a gente corria, botava os livros e levava meu carro para o estacionamento. Dias depois, trazia os livros de volta”, revelou.
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Na sequência, afirmou que Jô nunca disputou liderança com ninguém, ao contrário, tinha muito respeito pelos redatores que estavam iniciando. Apesar de serem muito unidos, a vida acabou os separando, já que Carlos Alberto foi para o SBT e Jô permaneceu na Rede Globo. Ainda sim, o apresentador fez de tudo para que eles pudessem estar juntos novamente.
“Uma das primeiras coisas que eu fiz quando assumi a direção artística foi trazer o Jô para trabalhar comigo. Eu fui no apartamento dele na Lagoa e eu disse: ‘Você teria coragem de ir trabalhar no SBT?’. Ele falou: ‘O dinheiro do Silvio é igual o do Roberto Marinho. Se ele me der uma chance de fazer uma entrevista’. Eu consegui, nunca explorei isso. Nunca falei isso para ninguém”, finalizou Carlos Alberto.
Jô Soares faleceu na manhã de ontem (05), aos 84 anos. O apresentador estava internado no hospital Sirio Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho. A causa da morte não foi revelada.
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