Klara Castanho usou suas redes sociais para publicar uma carta aberta, que em suas palavras, foi o relato mais difícil da sua vida. A atriz, de 21 anos, foi vítima de um e s t u p r o, engravidou e resolveu entregar o bebê para a adoção.
Sempre discreta com sua vida, a artista conta que chegou a acreditar que esse difícil trauma ficaria apenas com ela. “Fui e s t u p r a d a. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim… Não, eu não fiz boletim de ocorrência. Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu”, contou.
Klara contou que meses depois, começou a passar mal. Inicialmente, os médicos deram vários diagnósticos, mas depois informaram que a atriz estava grávida. “Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube. Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga. Naquele momento do exame, me senti novamente violada, novamente culpada”, relatou.
Em uma consulta médica, Klara explicou tudo o que aconteceu, mas não teve nenhum apoio do profissional da saúde. “Ele me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo. Essa foi mais uma da série de violências que aconteceram comigo”, contou.
A artista afirmou que não tinha e não tem condições emocionais de dar amor e cuidado ao bebê, por isso tomou a decisão de fazer uma entrega direta para adoção, passando por todos os processos necessários previstos pela lei.
No dia em que a criança nasceu, Klara foi ameaçada por uma enfermeira, que acabou vazando tudo a um colunista. Em contato com a artista, o profissional da comunicação entendeu a história e prometeu não publicar, mas a noticia se tornou pública.
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“Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei. A criança merece ser criada por uma família amorosa, devidamente habilitada à adoção, que não tenha as lembranças de um fato tão traumático. E ela não precisa saber que foi resultado de uma violência tão cruel”, afirmou.
“Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam. Ter que me pronunciar sobre um assunto tão íntimo e doloroso me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias. A verdade é dura, mas essa é a história real. Essa é a dor que me dilacera”, completou Klara.
No momento, a atriz está sendo amparada pela sua família. Apesar de ter sentido muito por toda a exposição cruel que sofreu, a atriz espera que tudo isso sirva para que outras mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhadas pelas violências sofrida. “Entregar uma criança em adoção não é um crime, é um ato supremo de cuidado. Eu vou tentar me reconstruir, e conto com a compreensão de vocês para me ajudar a manter a privacidade que o momento exige”, encerrou.
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