Anitta afirmou que irá pagar a multa de R$ 50 mil determinada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para artistas que criticarem o presidente Jair Bolsonaro (PL) e fazerem propaganda para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no festival Lollapalooza, que aconteceu neste fim de semana em São Paulo. A decisão liminar foi alvo de muitas críticas, principalmente da classe artística. Além da cantora, Daniela Mercury e Felipe Neto criticaram a medida.
Em seu Instagram, Anitta foi categórica e disse que não vai permitir censuras de artistas em festivais. Caso precise, ela se colocou à disposição para pagar a multa imposta pelo ministro Raul Araújo, que assinou a decisão.
“A gente não quer voltar para a estaca zero, não. Pelo amor de Deus, tá? E vou lutar com todas as minhas armas. ‘Ah, vai botar multa de não sei quantos’. Ah, então a gente paga, queridos. Briga aí meus amigos que quiserem se manifestar, eu pago a multa de vocês”, disse ela. No Twitter, Anitta debochou: “R$ 50 mil? Só isso? Menos uma bolsa…. Fora Bolsonaro!”.
Quem também se manifestou foi a cantora Daniela Mercury. Em nota divulgada à imprensa neste domingo, a intérprete baiana afirmou que se trata de uma ato claro de censura, que vai contra o que está na Constituição Federal. Ela questionou a decisão e pediu uma queda da liminar.
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“Será que a decisão monocrática do ministro Raul Araújo que proíbe a manifestação dos artistas (que são eleitores) no Festival Lollapalooza está de acordo com o que está escrito na resolução 23.671/2021 do próprio TSE? A Constituição não assegura liberdade de expressão ao eleitor? A democracia é incompatível com censura prévia ao eleitor”, afirmou Daniela Mercury.
“O plenário do TSE precisa dizer aos eleitores, mesmo os que são artistas, se podem ser proibidos de manifestar espontaneamente sua preferência e sua crítica, a qualquer tempo”, complementou a cantora.
Felipe Neto se manifestou em suas redes sociais e afirmou que também irá ajudar os artistas a pagar a multa de R$ 50 mil, caso descumpram a decisão do TSE. O youtuber ressaltou ainda que os advogados do grupo Cala Boca Já Morreu, que ele ajudou a criar, vão auxiliar na defesa daqueles que quiserem se manifestar no Lolla.
“Artistas no Lolla, muitos não podem lidar com perseguição do governo. Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já Morreu se dispõe a ajudá-los com a defesa. Se alguém for condenado e precisar, eu ajudo a pagar essa multa ilegal”, escreveu em seu Twitter.
Entenda o caso
O festival Lollapalooza Brasil não poderá mais ter atos políticos após Pabllo Vittar e Marina terem se manifestado sobre o tema durante suas apresentações. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) publicou decisão liminar neste sábado (26) que proíbe tais gestos com a justificativa de que são “propaganda eleitoral antecipada”. Os organizadores deverão pagar R$ 50 mil a cada novo caso de descumprimento.
Vittar gritou “Fora Bolsonaro” e estendeu uma bandeira com a foto do pré-candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a cantora europeia gritou palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a apresentação da música To Be Human: “Eu estou cansada dessa energia, Bolsonaro”, gritou durante o show.
Após os gestos, endossados por grande parte do público do festival, os advogados do partido do presidente entraram com uma liminar no Tribunal Superior Eleitoral.
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