Os preços dos ovos estão aumentando devido a uma combinação de fatores estruturais e conjunturais que afetam a demanda e a oferta. Desde meados de 2024, a valorização das carnes, especialmente a bovina, gerou um efeito cascata sobre outras fontes de proteína, incluindo os ovos.
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A alta nos preços da carne foi motivada pelo aumento da demanda interna, impulsionada pelo crescimento do PIB e da renda dos brasileiros, além da desvalorização do real, que tornou os produtos agropecuários mais competitivos no mercado externo. Com um cenário de exportações aquecidas, a oferta de carne no mercado interno diminuiu, pressionando os preços e levando consumidores a buscar alternativas mais acessíveis, como ovos e outras proteínas.
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Nos últimos meses, além do impacto da demanda elevada, fatores climáticos e sanitários passaram a restringir a oferta, agravando o quadro inflacionário. Produtores de ovos apontam que o calor intenso reduziu a produtividade das granjas no Brasil, afetando a produção de ovos e aumentando os custos para os produtores. Paralelamente, um surto de gripe aviária nos Estados Unidos resultou no abate de mais de 40 milhões de aves, reduzindo a oferta global e pressionando ainda mais os preços.
Com menos ovos no mercado e uma procura elevada, os preços dispararam, criando um cenário de forte encarecimento para os consumidores. Segundo o diretor de investimentos da Nomos, Beto Saadia, o impacto dessas oscilações deve permanecer no curto prazo, já que a recuperação da produção depende da normalização das condições climáticas no Brasil e do controle da gripe aviária no mercado internacional.
Além disso, ele não prevê um retorno dos preços aos valores antigos. “Não é tão esperado que os preços baixem de forma muito acentuada. Sempre quando você tem uma alta muito aguda dessa forma, é muito difícil que os preços voltem para o seu status original”, disse. Para o economista Sergio Vale, os preços ainda devem levar um tempo para se ajustar. “Os preços das carnes só agora começam a desacelerar e isso ajudou o preço dos ovos a subir, junto com a sazonalidade da Páscoa. Tende a melhorar a partir de abril”, disse.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera um “absurdo” a caixa com 30 ovos custar R$ 40 em algumas cidades. Ele disse que quer chamar empresários para discutir o que pode ser feito. “Essa é uma discussão. Da mesma forma o óleo de soja, da mesma forma a carne. A carne começou a cair. Vai cair, pode ficar certo de que vai cair e o povo vai voltar a comer sua picanha, sua costela ou outro pedaço de carne que ele deseja”, disse Lula em entrevista à rádio Tupi do Rio de Janeiro.
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