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    Mercado eleva projeção de inflação para 2024 e 2025, pressionando Selic e perspectivas para o PIB

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    A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – teve uma ligeira elevação, passando de 3,81% para 3,82% este ano.

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    Essa estimativa consta no Boletim Focus desta quinta-feira (15), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

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    Para o ano de 2025, a projeção da inflação também subiu, de 3,5% para 3,51%. Já para os anos de 2026 e 2027, as previsões são de uma inflação de 3,5% em ambos os anos.

    A estimativa para o ano de 2024 está dentro do intervalo da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,5% e o superior de 4,5%. Para os anos de 2025 e 2026, as metas de inflação estão fixadas em 3%, com a mesma margem de tolerância.

    Em janeiro, pressionada pela alta dos alimentos, a inflação do país foi de 0,42%, abaixo do índice apurado em dezembro, que foi de 0,56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula um total de 4,51%.

    Juros básicos

    Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O comportamento dos preços já levou o BC a cortar os juros pela quinta vez consecutiva, em um ciclo que deve continuar com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

    Em seu comunicado, o Copom indicou que esse é o ritmo adequado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O órgão também informou que a interrupção dos cortes dependerá do cenário econômico de médio prazo.

    Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de aperto monetário iniciado em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Durante um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano, por sete vezes consecutivas.

    Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Essa redução foi realizada pelo Banco Central como resposta à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, com o intuito de estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

    Para o mercado financeiro, a previsão é de que a Selic encerre o ano de 2024 em 9% ao ano. Já para o final de 2025, a estimativa é de que a taxa básica de juros caia para 8,5% ao ano e se mantenha nesse patamar em 2026 e 2027.

    Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que impacta os preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Porém, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na definição dos juros cobrados dos consumidores, como o risco de inadimplência, o lucro e as despesas administrativas. Dessa forma, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

    Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, incentivando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e estimula a atividade econômica.

    PIB e câmbio

    A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano permanece em 1,6%. Já para o ano de 2025, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de um crescimento de 2%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro projeta uma expansão do PIB também em 2% para ambos os anos.

    Superando as projeções, no terceiro trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu 0,1% em relação ao segundo trimestre de 2023, de acordo com o IBGE. Entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.

    Com esse resultado, o PIB está novamente no maior patamar da série histórica, ficando 7,2% acima do nível registrado antes da pandemia, nos últimos três meses de 2019. Os dados do quarto trimestre de 2023, consolidando o ano, serão divulgados pelo IBGE em 1º de março.

    Quanto ao dólar, a previsão de cotação está em R$ 4,92 para o final deste ano. Já para o fim de 2025, a expectativa é de que a moeda americana fique em R$ 5.

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