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    Falta de ar, ditador e centrão: Como foi a ida de Bolsonaro ao Jornal Nacional

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    A entrevista de Jair Bolsonaro ao Jornal Nacional levantou temas do atual governo como também envolveu planos para o futuro em caso de uma reeleição. William Bonner e Renata Vasconcellos questionaram o chefe do Executivo a respeito de assuntos delicados –como ter imitado a falta de ar de um paciente com Covid-19 no auge da pandemia e o posicionamento frente ao centrão.  

    O jornalista começou a entrevista citando os ataques do político ao sistema eleitoral brasileiro. “O que é que o senhor pretende ou pretendeu com isso? Criar um ambiente que, de alguma forma, permitisse um golpe?”, indagou o âncora, acrescentando que o atual presidente chegou a xingar ministros em meio às críticas.  

    Bolsonaro negou e acusou Bonner de espalhar mentiras. “Isso não existe, é fake news”, disse. Na resposta, o candidato lembrou as eleições de 2014 e 2018, chegando a dizer que hackers foram reconhecidos pelas autoridades no sistema sem apresentar provas. 

    Bonner reforçou que, a respeito da transparência das urnas eletrônicas, órgãos competentes já atestaram a confiabilidade. Nesse ponto, o âncora negou a acusação de Bolsonaro de que teria levantado inverdades. 

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    Eleições 

    Bonner também questionou o chefe do Executivo a respeito da presença das Forças Armadas, afirmando que Bolsonaro se colocaria como patrono dos órgãos em questão. “O que gera uma intranquilidade”, lembrou o jornalista. 

    “Fique tranquilo. Vão ter eleições limpas e transparentes”, disse o político, afirmando que, em manifestações a seu favor, nem uma lata de lixo chega a ser derrubada.  

    Bolsonaro também reforçou que irá respeitar o resultado das eleições, desde que se comprove a lisura do processo. “Eleições limpas precisam ser respeitadas”, disse. 

    Pandemia 

    Renata lembrou que Bolsonaro chegou a imitar, no auge da pandemia, pacientes de Covid com falta de ar, além de desencorajar a vacinação. Em resposta, Bolsonaro afirmou que seu governo comprou “mais de 500 milhões de doses. Compradas por mim, bem mais rápido que outros países”. 

    Renata insistiu, questionando o candidato a respeito de um possível arrependimento em relação às imitações feitas no auge da pandemia. Desconversando, ele disse que fez uso de figuras de linguagem naquelas situações.  

    Economia 

    Bonner levantou a questão econômica na sequência, citando a pandemia como problemática, assim como a guerra na Ucrânia, ambos pontos que permanecem ainda em agosto de 2022. 

    Bolsonaro admitiu que os planos para a economia que traçou em 2018 foram frustrados pelos percalços citados pelo apresentador e lembrou outros imprevistos, como a seca em 2021 no Brasil.  

    Meio Ambiente 

    Renata levantou o tema da Amazônia em seguida, lembrando o desmatamento. Ao comentar a questão, Bolsonaro tentou abordar o fato de que, em outros países, também há incêndios durante o verão. 

    Ele negou que tenha proibido a destruição de tratores e equipamentos apreendidos –uma prática que era uma realidade para órgãos fiscalizadores quando tais máquinas eram apreendidas.  

    Sobre o futuro, Bolsonaro afirmou que o Brasil pode ser, em breve, um grande exportador de hidrogênio verde como fonte de energia.  

    Política 

    Nesse ponto, Bolsonaro acusou Bonner a estimulá-lo a ser ditador. Ao se defender, o jornalista lembrou a contradição do candidato em relação ao centrão, uma vez que o chefe do Executivo disse, em momentos diferentes, que não se integraria ao grupo, e posteriormente disse que sempre fez parto do bloco.  

    Bolsonaro se defendeu afirmando que “em sua época”, não havia o termo “centrão”. Para completar, negou que haja qualquer corrupção em seu governo e reforçou a honestidade em sua liderança. 

    Educação 

    Bolsonaro negou que houvesse um escândalo em relação ao ministro Milton Ribeiro, que afirmou, ao ser afastado do cargo, que houve desvio de dinheiro da educação para pastores –com o conhecimento do presidente. Em resposta, ela minimizou que a situação não era um “escândalo” e se alterou.  

    Para se defender, Bolsonaro disse ser normal que ministérios tenham, com os passos dos anos, diferentes ministros. Ele se defendeu pelas trocas frequentes e minimizou a questão. 

    Corrupção 

    De acordo com Bolsonaro, a saída de Sergio Moro ajudou a melhorar a Polícia Federal. Em resposta, Bonner lembrou que o órgão afirmou que os posicionamentos do presidente teriam gerado desgaste na posição. Bolsonaro reforçou, mais de uma vez, que não houve interferências. 

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