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    Globo contraria censura do governo e mantém filme de Gentili no catálogo

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    O Globoplay e o Telecine classificaram como censura o pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública de suspender Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017) de seus catálogos de filmes.  

    As plataformas de streaming do Grupo Globo, em nota, afirmaram nesta terça-feira (15) que não vão remover o longa de seu portfólio. “A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida.” 

    “O Globoplay e o Telecine estão atentos às críticas de indivíduos e famílias que consideraram inadequados ou de mau gosto trechos do filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola, mas entendem que a decisão administrativa do Ministério da Justiça de mandar suspender a sua disponibilização é censura. A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida”, ressaltaram as empresas. 

    O Grupo Globo afirmou ainda que defende as diversas opiniões sobre o conteúdo do filme, mas reforça o livre arbítrio dos assinantes quanto a escolha dos conteúdos assistidos. “As plataformas respeitam todos os pontos de vista, mas destacam que o consumo de conteúdo em um serviço de streaming é, sobretudo, uma decisão do assinante –e cabe a cada família decidir o que deve ou não assistir.” 

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    Lançado em 2017, a comédia com Fábio Porchat e Danilo Gentili no elenco tem classificação indicativa de 14 anos e está dentro das normas do governo Jair Bolsonaro, ainda que lançado originalmente durante a gestão de Michel Temer. “O filme em questão foi classificado, em 2017, como apropriado para adultos e adolescentes a partir de 14 anos pelo mesmo Ministério da Justiça que hoje manda suspender a veiculação da obra.” 

    Disponível na Netflix, YouTube, AppleTV+ e Amazon Prime Video, o longa foi acusado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) de normalizar o crime de ped***ia. O não cumprimento da suspensão dos serviços de streaming resultará em uma multa diária de R$ 50 mil, conforme determinou Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública. 

    Danilo Gentili e Fábio Porchat, principais alvos das críticas feitas por Zambelli, se posicionaram contra as acusações. O ex-Porta dos Fundos reforçou a natureza ficcional da produção e afirmou que todos estavam fazendo personagens: “Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis.” 

    Já o apresentador do programa The Noite, do SBT, declarou em entrevista para a Jovem Pan que a censura do filme é uma estratégia de popularidade dos apoiadores de Bolsonaro em ano de eleição. Também apontou as acusações como uma cortina de fumaça para os problemas enfrentados pela atual gestão, como o aumento dos preços da gasolina. 

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