Italo Ferreira cumpriu nesta terça-feira (3) uma promessa que havia feito ao casal Beto Fagundes e Dona Nininha, que moram em Natal e o acolhiam durante as competições na cidade quando ele era adolescente.
Antes de viajar ao Japão, o surfista disse aos dois que ganharia uma medalha nas Olimpíadas e que a levaria para eles conhecerem: “Um dia antes de viajar, ele passou lá na casa dos meus pais, e fez a promessa de que ia voltar com a medalha. E foi isso que ele fez. Hoje (terça) ele fez essa visita”, contou o filho do casal, André Fagundes.
O encontro foi registrado pelo próprio Italo Ferreira nas redes sociais. Nas postagens, ele cita que Beto Fagundes é “muito especial” para ele e relata: “Quando eu era pequeno, essa família me acolhia na sua casa em Natal sempre que tinha competição. Tenho um enorme respeito e carinho por eles”.
A relação da família com o surfista começou a ser construída em Baía Formosa, onde o casal também tem uma casa há quase 50 anos. Assim, conheceram Italo, que mora na cidade até hoje, dando os primeiros passos no esporte.
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Sem condições financeiras na época, o medalhista olímpico tinha dificuldade de conseguir muitas vezes disputar as competições de surfe em outras cidades do estado, desde inscrições a até um local para ficar.
“Eu era surfista e competi amador e profissional. Em todos campeonatos em Natal, a gente tinha um vínculo com todos os competidores, não só Italo. Do jeito que eu era recebido fora do estado na casa de outros surfistas, a gente também tinha esse costume de receber o pessoal de outros estados e também de Baía Formosa”, contou André Fagundes, filho do casal.
“Italo foi uma dessas ultimas gerações que a gente recebeu. Ele estava começando, tinha 12 anos aproximadamente. O nosso apoio, o que a gente podia fazer, era acolher o pessoal. A gente nem se esforçava para isso. Era algo natural, não era sacrificante pra nossa família. Italo era um menino muito calmo, muito na dele. Sempre muito focado, dedicado no esporte”.
André diz que a visita de Italo com a medalha de ouro aos pais não o surpreendeu. Ele diz que o surfista sempre demonstrou muito carinho com a família dele e muito respeito pelas suas origens e trajetória.
“Italo sempre era dos menores que iam lá pra nossa casa. E com os mais novos, sempre tem aquela atenção especial dos meus pais, de fazer comida, de querer tratar bem. Italo tem um carinho muito grande por eles, e faz corriqueiramente visitas lá em casa. Ele é um cara que não esquece das pessoas que acolheram ele no começo. A relação com os meus pais é de carinho, é de quase pai e filho, ou avô, pela idade dos meus pais”, disse.
“Eu fico feliz de ver onde ele chegou e poder ver ele demonstrar o amor e carinho que ele tem pelos meus pais. Não só porque é um campeão olímpico e mundial, mas é algo que alegra o filho poder ver seus pais sendo bem tratados e de certa forma honrados”.
André conta que o pai, hoje com 81 anos e que nunca surfou na vida, acompanha o campeonato mundial de surfe. “Em função desse contato próximo com Italo e até pela vivência e o contato com surfe por minha causa, meu pai hoje tem 81 anos e ele posso dizer que sabe de tudo do circuito mundial. Não é de hoje, faz mais de oito anos que ele acompanha”
“Ele sempre gosta de ver os resultados, quem está ganhando, perdendo, conhece todos. Ele fica acordado nas madrugadas. Quando é bateria de Italo, aí é que ele não perde mesmo. Ele fica nervoso e tem os preferidos dele. E ele nunca surfou”.
“Quando ele começou a vir pra Natal, já tinha uns dois meninos que eram um pouco melhores que ele. Um geral ganhava e o outro ficava em segundo. E ele ficava em terceiro. Mas alguns campeonatos depois, Italo começou a ganhar deles. Da mesma forma que foi a evolução no circuito mundial com os brasileiros”.
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