Além dos dois, o senador Wellington Fagundes, do PL do Mato Grosso, também participou do encontro a pedido de Moro, devido ao seu bom relacionamento com Gilmar.(Foto: Agência Brasil)
Durante os cerca de 90 minutos da reunião, Moro falou pouco. Inicialmente, negou qualquer envolvimento em atividades criminosas que justificassem a investigação anunciada pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, sobre supostas irregularidades na 13ª Vara de Curitiba, onde Moro era titular e liderou a Lava Jato. (Foto: Agência Brasil)
Moro também negou ilegalidades na operação e tentou se dissociar de Deltan Dallagnol, afirmando não ter relação com o ex-procurador e ex-deputado. Gilmar, no entanto, interrompeu essa tentativa. (Foto: Agência Brasil)
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) iniciou a votação com o desembargador Sade, que se posicionou contra o voto do relator, Luciano Carrasco Falavinha, optando pela cassação e pela inelegibilidade de Moro. Com isso, antes da pausa, o placar ficou empatado em 1 a 1. (Foto: Agência Brasil)
Por volta das 15h30, o Ministério Público Eleitoral (MPE) se posicionou a favor da cassação e da inelegibilidade de Sergio Moro. Neste momento, a sessão encontra-se em intervalo. (Foto: Agência Brasil)
As Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) analisam supostos casos de abuso de poder econômico, uso inadequado de meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022 e caixa dois. (Foto: Agência Brasil)
O ex-ministro é acusado de supostos “gastos excessivos” de Moro durante a pré-campanha, alegando um desequilíbrio na disputa eleitoral por abuso econômico. (Foto: Agência Brasil)
As acusações foram feitas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pelo Partido Liberal (PL). (Foto: Agência Brasil)
As ações contra o ex-ministro foram impulsionadas pelo desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, que solicitou a inclusão do caso na “primeira data possível”. (Foto: Agência Brasil)
Moro negou as alegações. (Foto: Agência Brasil)
Conjuntamente, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, julgará a lista tríplice para substituir o advogado Thiago Paiva dos Santos, cabendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nomeação do novo integrante do TRE-PR. (Foto: Agência Brasil)
Sigurd Roberto Bengtsson assumirá a presidência a partir desta quinta-feira (1º). (Foto: Agência Brasil)
Conforme as normas internas da Corte, decisões cruciais, como cassações de registros ou diplomas, exigem a presença de todos os integrantes do Tribunal. Recentemente, o TRE-PR vivenciou o término do mandato de diversos membros, incluindo o presidente Wellington Emanuel Coimbra de Moura. (Foto: Agência Brasil)
Porém, a realização do julgamento enfrenta obstáculos devido à falta de membros no TRE-PR. (Foto: Agência Brasil)
Costa Neto comparou Moraes ao ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro, que renunciou à magistratura para se tornar ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro e, em seguida, tentou se candidatar à presidência da República, mas acabou sendo eleito senador pelo Paraná. (Foto: Agência Brasil)
Os investigadores buscam esclarecer se houve crimes de concussão, fraude processual, coação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. (Foto: Agência Brasil)
A PF vê indícios de que a colaboração premiada foi manipulada para servir como chantagem e manipulação de provas. (Foto: Agência Brasil)
A Polícia Federal e a PGR, no entanto, apontam que o acordo pode ter sido usado como meio de “constrangimento ilegal”. (Foto: Agência Brasil)
O acordo estipulava que Garcia atuasse como uma espécie de “grampo ambulante”, coletando provas contra membros do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas do Estado, além de outras autoridades. (Foto: Agência Brasil)
Moro nega qualquer ilegalidade no acordo, alegando que, na época, as regras para a colaboração premiada eram diferentes das atuais. (Foto: Agência Brasil)
A conversa entre Sergio Moro e Gilmar Mendes, ocorrida na terça-feira (2), no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e revelada pela jornalista Monica Bergamo, foi uma cena que ilustra vividamente a trajetória do ex-juiz e a reviravolta protagonizada por figuras que outrora foram alvos da Lava Jato.
Além dos dois, o senador Wellington Fagundes, do PL do Mato Grosso, também participou do encontro a pedido de Moro, devido ao seu bom relacionamento com Gilmar. Durante os cerca de 90 minutos da reunião, Moro falou pouco. Inicialmente, negou qualquer envolvimento em atividades criminosas que justificassem a investigação anunciada pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, sobre supostas irregularidades na 13ª Vara de Curitiba, onde Moro era titular e liderou a Lava Jato.
Moro também negou ilegalidades na operação e tentou se dissociar de Deltan Dallagnol, afirmando não ter relação com o ex-procurador e ex-deputado. Gilmar, no entanto, interrompeu essa tentativa.
“Você e Dallagnol eram cúmplices. Não negue, Sergio”, disse Gilmar, que preferia chamar Moro simplesmente pelo nome, enquanto era tratado de “ministro” e “senhor” por Moro.
“Eu já sabia de tudo o que a Vaza Jato revelou sobre vocês. Vocês combinavam os detalhes das peças. Não finja que não sabia”, prosseguiu Gilmar, diante de um surpreso Moro.
O senador tentou distanciar Moro de antigos colegas, mencionando até mesmo Marcelo Bretas, outro desafeto de Gilmar. No entanto, o ministro ignorou essas tentativas.
“Uma vez, Sergio, o Paulo Guedes veio ao meu gabinete e se gabou por ter sido ele quem o convidou para ser ministro de Bolsonaro. Eu disse a ele que, ao tirar você de Curitiba, ele deveria colocar isso no currículo. Foi certamente uma das maiores realizações dele como ministro”, zombou Gilmar, enquanto Moro mantinha um sorriso forçado.
Moro afirmou também que nunca atacou o Supremo e discordava dos ataques ao tribunal. Alegou ter rompido com Bolsonaro em 2020 ao perceber que estava sendo usado pelo presidente. No entanto, não mencionou o apoio a Bolsonaro em 2022 e sua participação em debates televisivos contra Lula.
Gilmar aumentou a intensidade do diálogo, ora adotando um tom severo, ora zombando:
“Você perdeu muitas aulas, Sergio. Curitiba não te ajudou em nada. Aproveite que está no Senado e estude um pouco. A biblioteca do Senado é ótima, você deveria frequentá-la”.
Moro não solicitou ajuda para reverter a cassação de seu mandato, que está sendo julgada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, mas pediu para manterem o canal de diálogo aberto. Gilmar concordou. Moro agradeceu ao ministro pela audiência e retornou ao Senado. Na quarta-feira (3), foi do Senado que acompanhou o empate no placar do julgamento de sua cassação no Paraná.