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Haddad defende ajuste fiscal e rebate críticas em evento com banqueiros: “não existe bala de prata”

Durante um almoço promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na manhã de sexta-feira (29), em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a necessidade de ajustes fiscais e destacou que medidas adicionais para cortar gastos não estão descartadas.

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Ele também pediu cautela aos críticos do pacote fiscal recém-anunciado, enfatizando que não existe uma “bala de prata” para resolver os problemas econômicos do país.

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“Não vamos resolver tudo de uma vez. Daqui a três meses, posso estar novamente revisando planilhas de gastos, talvez discutindo a evolução da previdência ou do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Pode ser que seja necessário enviar novas leis ao Congresso”, afirmou o ministro.

Pacote de corte de gastos

O pacote fiscal apresentado pelo governo prevê uma economia de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026. Entre as medidas está o endurecimento das regras para beneficiários do BPC, com a obrigatoriedade de atualização de cadastros desatualizados há mais de dois anos. Segundo Haddad, um terço dos beneficiários não possui informações detalhadas sobre as condições que justificam o acesso ao benefício.

Haddad também destacou que as medidas não são concessões, mas parte de sua convicção profissional. “Eu acredito no ajuste fiscal. É uma crença, pela minha formação. Não estamos vendendo milagres no governo”, declarou.

Déficit e relação com o Congresso

Sobre a meta de déficit zero para este ano, o ministro justificou que o objetivo não foi alcançado devido à falta de aprovação de todas as medidas necessárias no Congresso. Ainda assim, Haddad afirmou que o relacionamento com os parlamentares é “ótimo” e espera que a tramitação das novas medidas ocorra de maneira tranquila.

“Se tivermos alguma surpresa, será positiva”, comentou.

Gabriel Galípolo e a visão do Banco Central

O diretor de política monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, também participou do evento e elogiou a abordagem de Haddad. Galípolo destacou que o pacote ainda está sendo avaliado e reiterou que o caminho para a estabilização fiscal é gradual.

“Parece lógico imaginar que será necessário manter uma taxa de juros mais contracionista por mais tempo, considerando o cenário atual de mercado de trabalho aquecido e moeda desvalorizada”, afirmou.

Galípolo lembrou ainda que o Brasil bateu recordes históricos de baixa no desemprego. “Foi a queda mais rápida que já vimos no nível de desemprego”, ressaltou.

Apoio da Febraban e reação do mercado

O presidente do conselho da Febraban e do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, declarou apoio ao ajuste fiscal. “O avanço da pauta de estabilização fiscal tem nosso total apoio. É o único caminho possível”, disse.

No entanto, o mercado reagiu de forma negativa ao pacote. Pela manhã, o dólar atingiu um recorde nominal, chegando a R$ 6,11. Especialistas apontam que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda enfraqueceu o impacto positivo das medidas de corte de gastos.

Enquanto Haddad reforça o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal, as críticas e incertezas refletem os desafios de implementar mudanças profundas em um cenário econômico complexo.

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