Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, planeja mobilizar agências de todo o governo federal para implementar sua promessa de deportações em massa de imigrantes ilegais. De acordo com seis ex-funcionários e aliados do republicano, ele também buscará pressionar as “jurisdições santuário” a colaborarem com o plano. Essas jurisdições, como cidades ou estados que adotam políticas que protegem imigrantes ilegais, podem enfrentar ações do governo federal para que cumpram as políticas de deportação.
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Trump, que tem como um dos principais pontos de sua campanha a deportação em massa, convoca até militares e diplomatas para transformar essa promessa em realidade. Isso incluiria o uso de financiamento federal como alavanca contra jurisdições que se opõem à medida e a colaboração com estados liderados por republicanos.
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A operação de deportação, segundo JD Vance, vice-presidente eleito, poderia expulsar até 1 milhão de pessoas por ano, com foco, inicialmente, em imigrantes com antecedentes criminais. Estima-se que existam cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais nos EUA, e o governo planeja priorizar aqueles com registros criminais.
O custo e a logística das deportações
Deportar milhões de imigrantes seria uma operação de enorme escala, exigindo mais policiais, centros de detenção e juízes de tribunais de imigração. Estima-se que a deportação ilegal de 13 milhões de imigrantes possa custar cerca de US$ 968 bilhões ao longo de uma década, com um custo médio de US$ 10.900 por imigrante deportado. Além disso, seria necessário contar com o setor privado para administrar centros de detenção, já que não há instalações federais suficientes para isso.
Tom Homan, indicado por Trump para controlar a imigração, alertou que a efetividade das deportações dependeria da alocação do orçamento necessário e da capacidade de agentes e espaços de detenção para lidar com a operação.
Resistência interna e nos estados
Trump também deve enfrentar resistência de funcionários do governo federal com ideologias diferentes, como agentes que lidam com o asilo e o Departamento de Estado, que pode se tornar um obstáculo para a fiscalização da imigração, de acordo com aliados de Trump.
Além disso, a ideia de usar a Guarda Nacional em estados que se recusam a colaborar pode gerar desafios legais, com potencial para iniciar batalhas judiciais, como o ex-assessor de Trump, Stephen Miller, sugeriu.
Impacto das “cidades santuários” e operações em locais de trabalho
Trump planeja intensificar a fiscalização em “cidades santuários”, que protegem imigrantes ilegais, e em locais de trabalho, onde muitos imigrantes são vítimas de tráfico sexual e de trabalho forçado. Para Homan, operações de fiscalização em locais de trabalho são essenciais para combater o tráfico e explorar áreas negligenciadas durante o governo Biden.
A questão internacional
Outro desafio será garantir que outros países aceitem seus cidadãos deportados, uma dificuldade que Trump enfrentou durante seu primeiro mandato, especialmente com nações da América Latina, como o México, que relutam em adotar medidas que dificultem a travessia de imigrantes para os EUA.
Lei dos Estrangeiros Inimigos e possíveis desafios legais
Trump também planeja usar a Lei dos Estrangeiros Inimigos, uma medida de 1798, para deportar rapidamente membros de gangues e outros imigrantes sem documentação legal, o que provavelmente enfrentaria forte resistência judicial. A lei foi usada em tempos de guerra, como nas Guerras Mundiais, para justificar a detenção de pessoas com base em sua origem étnica ou nacionalidade, algo que levanta preocupações sobre sua aplicação em tempos modernos.
Críticos de Trump alertam que o plano de deportação seria extremamente custoso, divisivo e desumano, com possíveis consequências graves para as famílias e comunidades afetadas.
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