Uma mulher de 27 anos ficou cerca de duas horas suspensa em uma ponte desativada em Araquari, no Norte de Santa Catarina, após cair de uma altura de 5 metros. O acidente aconteceu na quarta-feira (25), quando a vítima tentou se agarrar ao cadarço do marido enquanto ele tentava puxá-la de volta à estrutura. A área, sem sinal telefônico, é de difícil acesso, sendo necessário caminhar por uma trilha para chegar ao local.
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“Eu tentava alcançar a mão dele, mas não tinha forças e caía, nossas mãos escorregavam […] Não tinha forças, estava ficando cansada e meu marido também”, contou Ester Florindo, explicando a dificuldade em tentar se salvar. Ela pediu para o marido pedir ajuda, mas ele se recusou a soltá-la. “Disse que não soltaria os cadarços que nos uniam”, afirmou.
Ester sugeriu então que ele tentasse usar o celular, que estava sobre a ponte, para chamar ajuda. “Com medo da maré subir, lembrei que meu celular estava em cima [da ponte] e sugeri que ligasse para a emergência. Foi complicado conseguir conexão, mas quando pegou ele ligou, nervoso, mas conseguiu contato”, explicou.
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Enquanto aguardava o resgate, Ester, já ferida e cansada, tentava se sustentar na estrutura com o pé, mesmo com as dificuldades. O primeiro a chegar foi o sargento Helton Vicente Voltolini, que correu por cerca de 3 quilômetros por trilha para alcançar o local mais rapidamente. “A gente não sabia quanto tempo ela ia conseguir ficar segurando na estrutura e nesse cadarço improvisado. E poderia se romper a qualquer momento. Então, corri o mais rápido possível que consegui”, relatou Voltolini.
No vídeo gravado durante o resgate, Ester, em estado de desespero, dizia que achava que iria morrer, enquanto o sargento tentava tranquilizá-la. “Não. Não no meu serviço”, respondeu ele.
Ester explicou que, ao contrário do que foi inicialmente divulgado pelos bombeiros, a queda não foi resultado de uma tentativa de fazer uma foto arriscada. “Nós estávamos sentados. Foi quando meu esposo se moveu para arrumar a perna que eu caí na água”, contou.
Os bombeiros enfrentaram dificuldades para chegar ao local devido ao acesso restrito. A área só pode ser alcançada pela linha férrea, a pé, e o helicóptero da região não estava disponível. Os socorristas levaram equipamentos e um dos militares correu os 3 quilômetros até o local.
Após ser resgatada e colocada na margem do rio, Ester foi encontrada com ferimentos no braço, perna e pés, causados pelo impacto com a estrutura de concreto. Ela relatou aos bombeiros que ingeriu um pouco de água do rio ao cair e estava muito nervosa. A vítima foi levada para o Pronto Atendimento de Araquari para avaliação médica e tratamento devido ao contato com a ferragem contaminada e a água suja do rio.
Além de Ester, o marido também sofreu escoriações no peito e braços, resultado do tempo em que segurou os cadarços e roupas dela. Ele também teve queimaduras nas costas devido à exposição ao sol durante as duas horas de resgate.
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