Janones alegou que não seria justo os assessores permanecerem com 100% de seus salários: “Por exemplo, o Mário vai ganhar R$ 10 mil [por mês]. Eu vou ganhar R$ 25 mil líquido. Só que o Mário, os R$ 10 mil é dele líquido. E eu, dos R$ 25 mil, R$ 15 mil eu vou usar para as dívidas que ficou [sic] de 2016. Não é justo, entendeu?”. (Foto: Instagram)
Em seguida, o deputado disse: “O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil). Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção”. (Foto: Instagram)
“Algumas pessoas aqui, que eu ainda vou conversar em particular depois, vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito. Porque eu perdi R$ 675 mil na campanha. ‘Ah isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome’. Não é. Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser”, tentou convencer Janones. (Foto: Instagram)
A reunião com assessores ocorreu na própria Câmara dos Deputados, na sala de reuniões do Avante. Antes de pedir os salários de sua equipe, o deputado tentou sensibilizar os servidores. (Foto: Instagram)
O deputado recebeu 238 mil votos e foi o segundo parlamentar mais votado de Minas Gerais em 2022. (Foto: Instagram)
No áudio, obtido pela coluna, Janones afirma que pretende usar a grana oriunda da remuneração de servidores públicos para pagar dívidas pessoais, como casa, carro, poupança e previdência. (Foto: Instagram)
O deputado federal André Janones (Avante-MG) está sendo acusado de pedir dinheiro a assessores de seu gabinete na Câmara dos Deputados para financiar futuras campanhas de seu grupo político.
Em áudio gravado em 2019, Janones propõe a criação de uma “vaquinha” mensal entre os servidores, que seriam remunerados com dinheiro público. O valor sugerido era de R$ 200 por mês, o que totalizaria cerca de R$ 200 mil para a campanha. Não foi apenas desvio de salário de assessor para pagar suas despesas pessoais.
“Como nós não vamos ser corruptos, não vamos aceitar cargos, como a gente não vai ceder a essas coisas e a gente precisa de dinheiro pra fazer campanha, qual é a minha sugestão?”, diz Janones no áudio.
O deputado nega as acusações e diz que o áudio foi retirado de contexto. Ele afirma que a proposta era de uma “vaquinha” voluntária e que o dinheiro seria usado para custear despesas de campanha, como transporte e alimentação.
No entanto, a oposição já anunciou que pretende acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Conselho de Ética da Câmara para buscar a cassação de Janones.
A prática de desvio de salário de assessor configura crimes de enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público.