Após ser acusado por bolsonaristas de promover a p e d o f i l i a por sua atuação como Cristiano no filme Como se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017), Fábio Porchat rebateu as críticas. Nesta segunda-feira (14), o comediante reforçou que vilões podem assumir papeis polêmicos, porque são de mentira: “Não é apologia, é ficção”.
“Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente, o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um agressor, pode matar e torturar pessoas”, disse o ator em entrevista à Leo Dias.
O apresentador do GNT, que atua no longa ao lado de Danilo Gentili, recordou outros crimes cometidos ficcionalmente por vilões: “Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. Renata Sorrah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. A Regiane Alves maltratava idosos. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim”.
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“Quando o vilão faz coisas horríveis no filme, isso não é apologia ou incentivo àquilo que ele pratica, isso é o mundo perverso daquele personagem sendo revelado. Às vezes é duro de assistir, verdade. Quanto mais bárbaro o ato, mais repugnante. Agora, imagina se por conta disso não pudéssemos mais mostrar nas telas cenas fortes como tráfico de drogas e assassinatos? Não teríamos o excepcional Cidade de Deus [2002]? Ou tráfico de crianças em Central do Brasil [1998]? Ou a hipocrisia humana em O Auto da Compadecida [2000]. Mas ainda bem que é ficção, né? Tudo mentirinha”, pontuou.
Neste domingo (13), uma cena do longa baseado no livro homônimo de Danilo Gentili irritou os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Nas imagens, Cristiano (Porchat) tenta abusar dos adolescentes Bernardo (Bruno Munhoz) e Pedro (Daniel Pimentel), mas não consegue.
No Twitter, Mario Frias, secretário especial da Cultura, disse que o filme é uma “explícita apologia ao abuso infantil” e que “afronta às famílias e às nossas crianças”. Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que determinou “providências cabíveis para o caso” à pasta.
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