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A paixão dos brasileiros pelos games vem de longe

Quem acompanha os e-sports sabe que o Brasil é uma força nos esportes eletrônicos. Resultados expressivos não faltam, como o título mundial do Corinthians no Free Fire em 2019, as conquistas do Made in Brazil no Counter-Strike e as honrarias de coldzera, duas vezes eleito o melhor jogador de CS:GO do mundo pela HLTV (2016 e 2017).

Essa paixão e habilidade não é algo recente, porém. Uma reportagem do site de e-sports bets Betway foi buscar as origens dessa paixão e chegou nos anos 80. Fanáticos por games no país, restritos pelas dificuldades das importações e a alta disparidade das moedas, criaram clones dos consoles mais famosos da época, como o Atari 2600, o Nintendo original e o Mega Drive da Sega. 

A criatividade do Brasileiro

Para os mais “recentes”, outra criação brasileira que marcou época foi o Bomba Patch, também abordado no texto publicado no Betway Insider. Os mods do jogo de futebol Winning Eleven (ou Pro Evolution Soccer) da Konami eram um deleite para os apaixonados por futebol porque traziam os times brasileiros, com uniformes, nomes corretos, rostos e até narrações em português.

O gosto pelos videogames foi generalizado, não importando a cidade, geração e até realidade financeira, mas sem dúvidas os desenvolvimentos da indústria dos últimos anos ajudaram os gamers com menos poder de compra a jogar. Se antes era preciso recorrer à pirataria, agora há uma grande variedade de jogos que são gratuitos para baixar e começar a jogar, o que é algo muito bem-vindo.

Mas na própria experiência de jogo dos gamers brasileiros há um caso de fácil acesso e imensa popularidade. Quem passou pela adolescência e juventude no começo dos anos 2000 com certeza já entrou em uma lan house.

Se hoje é algo que poderia estar em um museu, apenas duas décadas atrás esses estabelecimentos eram um símbolo de modernidade. Vários computadores enfileirados eram usados especialmente por jovens que emendavam horas na frente da tela e até à noite no chamado Corujão. O jogo mais jogado sem dúvidas era o Counter-Strike, lançamento da Valve Corporation em 1999 e que ganhou poucos novos títulos nos últimos 20 anos, sendo o mais recente o CS:GO (Counter-Strike: Global Offensive) de 2012.

O acesso às lan houses era barato, sendo cobrado um valor baixo por hora. Como ter um computador em casa ainda era um luxo, por causa do alto custo dos aparelhos e também da necessidade de pagar pela conexão (que não era de boa qualidade e tampouco barata), o uso dos computadores da lan house era diverso. O papel desse estabelecimento não pode ser subestimado, ainda mais em bairros periféricos e mais humildes, onde sua existência durou mais tempo e apresentou um mundo de possibilidades para as pessoas. 

A popularidade do CS foi tamanha que não é uma surpresa que uma equipe como a Made IN Brazil, criada em 2003 pelo empresário Paulo Velloso conseguisse resultados tão expressivos, como a conquista da Electronic Sports World Cup em 2006.

Oportunidades de carreira

Mais do que uma diversão, os games e os e-sports hoje são também uma oportunidade de múltiplas carreiras. Profissionais que se especializam em código e programação podem trabalhar na criação de jogos para as mais diversas plataformas e até no cenário corporativo (aproveitando o boom do conceito de gamificação).

Já jogadores talentosos têm a oportunidade de tentar a sorte em equipes, cada vez mais profissionais, organizadas e presentes nos circuitos nacionais e internacionais, com diversos jogos.

Por fim há ainda a possibilidade de ser um streamer, usando plataformas que monetizam esse conteúdo de forma impressionante. A Twitch é um exemplo clássico, tendo sido comprada pela Amazon em 2014 e desde lá crescido ainda mais. Streamers internacionais e brasileiros foram capazes de somar fortunas exibindo seus talentos das formas mais diversas e a porta está aberta para novos talentos.

Com mais de quatro décadas de jogos, videogames e jogadores, gerações de brasileiros já sopraram cartuchos, torceram para o CD não está riscado, pegaram em teclados, mouses, controles e se tornaram pais, mães e até avós. Sem dúvidas os games estão nos sangue dos brasileiros e já está provado que temos talento para mostrar pro mundo.

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