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Cantor iraniano é condenado a chibatadas e prisão por música contra uso do véu

 

O cantor pop iraniano Mehdi Yarrahi foi condenado a 74 chibatadas e um ano de prisão por rebelião contra o regime, após lançar uma música incentivando mulheres a retirarem seus véus islâmicos. Apesar da punição, ele afirmou que não pretende mudar seu discurso e que está disposto a pagar “o preço da liberdade”.

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Yarrahi ganhou destaque ao apoiar o movimento “Mulher, Vida, Liberdade”, que se espalhou pelo Irã em 2022, após a morte de Mahsa Amini, jovem detida pela polícia por supostamente usar o véu islâmico de forma inadequada. Em 2023, ele lançou a música “Roosarito” para marcar um ano dos protestos. O clipe mostrava mulheres sem véu dançando em casa e nas ruas, o que irritou as autoridades.

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Após o lançamento da canção, Yarrahi foi detido e condenado à prisão domiciliar. Sua pena incluiu também a punição física, que foi aplicada nesta semana. Segundo Zahra Minouei, advogada do cantor, o caso foi arquivado logo após o cumprimento da sentença.

Durante o processo, Yarrahi afirmou que não se arrepende de sua postura contra o regime. “Quem não está pronto para pagar o preço da liberdade, não é digno da liberdade”, declarou.

Repercussão e críticas

A punição ao cantor gerou críticas de diversas personalidades iranianas. Narges Mohammadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, classificou o açoitamento como uma “medida de retaliação” e afirmou que a violência contra Yarrahi representa um ataque à luta das mulheres iranianas.

A atriz Taraneh Alidoosti, presa durante os protestos por posar sem véu, também se manifestou, afirmando ter vergonha da violência e das leis desumanas do país.

A punição ao cantor ocorre em meio a um novo debate sobre o véu islâmico no Irã. A maioria dos parlamentares defende penas mais severas para mulheres que não usarem o acessório, mas o presidente Massoud Pezeshkian rejeitou a proposta, argumentando que a medida não atende aos interesses da população.

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