Home NOTÍCIAS > BRASIL Vendedor de balas que usava recados otimistas se forma na faculdade

Vendedor de balas que usava recados otimistas se forma na faculdade

Há 4 anos, Cassiano de Souza era um vendedor de balas que chamou a atenção de quem passava pelo cruzamento das ruas Mariz e Barros e São Francisco Xavier, na Tijuca, Zona Norte do Rio.

++ Criança perde a visão de um dos olhos após ser beijado por pessoa com herpes

Com isso, no último sábado (8), ele se formou em administração aos 31 anos.

Assim, a vaga na universidade foi conquistada quando a publicitária Luiza Strella viu em Cassiano algo diferente.

Ela idealizou um projeto de vendas para o então ambulante e um slogan: “Eu não vendo balas”.

A ideia da publicitária era ir além. No meio da pandemia, Cassiano passou a entregar mensagens otimistas junto com as balas no sinal. O sucesso foi tanto que a história rendeu uma bolsa em uma universidade particular.

“Vendedores de balas são invisíveis para muitas pessoas, não é? Eles chegam para um carro, que fecha o vidro. Elas não querem saber quem é que está ali, qual a história que está ali por trás”, disse Luiza.

++ Cientistas criam novo hidrogel semelhante a pele humana e que se autorregenera

“A forma como ele me tratava, ‘bom dia’, as palavras de carinho, aquilo mexeu comigo de uma certa forma. E eu entendi que ele não estava ali só vendendo bala, era algo muito maior”.

Cassiano é o primeiro da família de nove irmãos a ter um diploma universitário.

“As pessoas pensavam que eu ia permanecer no sinal e não ia deixar de vender balas”, conta o ex-vendedor.

O caso rendeu algo muito maior e realmente mudou a vida de Cassiano. Alfredo, ao receber a mensagem através de Luiza, se emocionou e foi ver de perto o trabalho do rapaz.

“Peguei o avião, peguei meu carro, e fui ver ele trabalhando de perto, vi o sorriso no rosto. Foi realmente algo que se conectou comigo” disse Alfredo, que pediu para o amigo e reitor da Unisuam, uma universidade particular, realizar o sonho de Cassiano de entrar numa faculdade.

Foi quando o rapaz ganhou uma bolsa de estudos e um emprego na instituição.

“Para muitas pessoas, a bolsa de estudos não é suficiente, porque tem o transporte, essa questão logística, alimentação, realmente pesa. Então a gente conseguiu trazer ele para trabalhar aqui”, afirma o reitor Arapuã Motta.

Na cerimônia de formatura, Cassiano recebeu a informação de que estava sendo promovido no trabalho.

“Para mim, foi emocionante. Quando eu recebi essa oportunidade, a lágrima veio. Eu não consegui conter”, declarou emocionado.

Por 2 anos, o rapaz trabalhou na portaria da universidade. Agora, ele vai para o setor de atendimento da universidade fazer o que ele sabe de melhor: lidar com gente.

Não deixe de curtir nossa página no Facebook e também no Instagram para mais notícias do JETSS

Translate »
Sair da versão mobile