Ao longo da última semana, memes envolvendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se espalharam pela internet. Apelidos como “Taxad” e “Zé do Taxão” e sátiras com filmes e desenhos famosos, associando o ministro a aumentos de impostos, dominaram as redes sociais. Até mesmo o presidente Lula apareceu ao lado do ministro em memes que exploram o universo pop, como as animações “Meu Malvado Favorito” e “Galinha Pintadinha”.
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A onda de memes alcançou um novo patamar na terça-feira (16/7), quando o rosto de Haddad foi exibido em uma tela da Times Square, em Nova York, com o meme “Taxa Humana”.
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Embora a equipe do ministro encare as piadas com bom humor, as brincadeiras passaram a ser monitoradas internamente. Na quarta-feira (17/7), o perfil oficial do Ministério da Fazenda no X reagiu de forma tímida, compartilhando publicações com personagens do filme “Divertida Mente 2” para destacar as vantagens da reforma tributária.
Em uma dessas postagens, a personagem “Nojinho” – que, no filme da Disney/Pixar, tem aversão à sujeira – expressa desprezo por fake news sobre as mudanças na cobrança de impostos. “Ela (reforma tributária) é o mais importante avanço para o país desde o Plano Real”, diz uma das postagens. A publicação ressalta que o ajuste no sistema de cobrança de impostos vem sendo discutido há 40 anos no país.
Outra personagem, “Alegria”, aparece ao lado de um texto que defende que a reforma tributária permitirá acesso a alimentos e itens de higiene pessoal com “imposto zero”.
O Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual Haddad é filiado desde a década de 1980, manifestou-se publicamente a favor do ministro, embora de forma tardia. Em nota publicada no site oficial, o partido argumenta que, “ao contrário do que propagam as caricaturas, os fatos apontam para a queda da carga tributária bruta desde que Haddad assumiu a pasta”, em janeiro de 2023.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que às vezes é vista como opositora interna do ministro, gravou um vídeo classificando os memes como “material de desinformação” e “ataques mentirosos”.
Resposta às críticas
Assessores do ministro afirmam que o trabalho conduzido por Haddad, em um ano e meio de gestão, rebate as críticas “de forma muito consistente”. Exemplos citados incluem a tributação de offshores e fundos exclusivos, o cashback para os mais pobres na reforma tributária, a política de valorização do salário mínimo, a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até dois salários mínimos, a ampliação do Bolsa Família e o pagamento de precatórios e dívidas com governadores.
Além disso, a análise das contas do presidente da República de 2023, concluída em junho pelo Tribunal de Contas da União (TCU), atestou que não houve criação de novos impostos federais no ano passado.
Alguns memes pró-Haddad, produzidos e compartilhados por redes de esquerda, relacionaram a produção dos memes críticos a bolsonaristas. No entanto, o volume dessa contrarresposta foi bem menor.
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