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Âncora da CNN, William Waack, compara Brasil com Equador após ataques de grupos criminosos sofrido no país

Após grupos de criminosos lançar uma série de ataques em cidades do Equador nesta última terça-feira ( 9) em resposta ao estado de exceção decretado pelo presidente Daniel Noboa para combater o narcotráfico, o jornalista e âncora da CNN, William Waack faz uma análise sobre o contexto de caos que vive o país nesse momento.

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Waack comparou Equador com o Brasil e fez um alerta acerca da possibilidade de acontecer algo parecido no país.

++Vereador de Bom Jardim de Goiás é preso suspeito de matar primo da namorada

Veja a fala na íntegra

“Surto de violência hoje no Equador demonstra duas tendências de países sul americanos, que inclui logicamente o nosso próprio país. Tendência 1: a prosperidade e expansão do crime organizado; Tendência 2: baixa geração de prosperidade das economias latino americanas. Crime: Isso virou tema em praticamente todas as eleições nesta grande parte do mundo. Até em eleições de países que tinham indicadores melhores, como Chile e Argentina. Não importa a tendência biológica de diferentes governos. Nenhum tem conseguido frear a expansão do crime organizado. Porque hoje, infelizmente, do México até a Patagônia, nenhum desses países parece que está conseguindo gerar a prosperidade suficiente para combater a pobreza e a desigualdade. Quem disse isso, não tem nenhuma postura ideológica nesse sentido. São organizações como Banco Mundial e a Comissão Econômica pela América Latina (Cepal), expedida na semana passada. Há enormes diferenças entre cada país…é bom que se veja esse fato, dessa maneira. E o Brasil também está nessa tendência mundial. Sobretudo em relação ao crime organizado. Aqui as grandes organizações criminosas, com características diferentes, do que a gente registra como no México, Colômbia, Peru, América Central e o próprio Equador.
Porém, as grandes organizações dominam pedaços importantes de centros urbanos, como acontece no Rio de Janeiro. Essas organizações criminosas estão se expandindo com grande velocidade para a Amazônia. Elas se infiltraram há muito tempo nas instituições. Participam de eleições. Desafiam a polícia e as Forças Armadas. Sim, a gente pode achar que o Equador não é aqui, mas fica bem perto”, concluiu o apresentador.

Extorsão no Rio de Janeiro

Nesta última terça-feira (9), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse em suas redes sociais que bandidos do crime organizado estão cobrando cerca de R$ 500 mil para liberar obras no Parque da Piedade. As empreiteiras eram cobradas e, caso não fizessem o pagamento, ameaçavam parar as obras.

“Atenção @policiafederal @RicardoCappelli recebi agora informações de que o crime organizado está pedindo dinheiro para a empreiteira responsável pelas obras do Parque Piedade onde funcionava a antiga faculdade Gama Filho. Ameaçam paralisar as obras caso o pagamento não aconteça. Obviamente não vamos aceitar. Maiores informações com o secretário de Ordem Pública delegado”.

Sobre os ataques no Equador

Conforme as agências internacionais, os ataques, que incluem queima de carros e ônibus, sequestros de policiais e vandalismo, ocorreram em paralelo à invasão de um canal de TV ao vivo em Guayaquil, a maior cidade do país.

Em Esmeraldas, próximo à fronteira com a Colômbia, criminosos atearam fogo em carros. Aulas foram canceladas e comércios, fechados. O governo não divulgou um balanço geral, mas relatos apontam que várias cidades sofreram ataques simultâneos, incluindo Quito e Guayaquil.

Ataques em Guayaquil

Em Guayaquil, a situação foi mais grave. Homens armados e encapuzados invadiram o estúdio da emissora TC Televisión. O canal estava ao vivo e registrou o momento em que um grupo de bandidos avançou e ameaçou jornalistas e cinegrafistas.

Durante a invasão, disparos foram ouvidos no estúdio e os funcionários da emissora usaram o WhatsApp para pedir ajuda: “Socorro, eles querem nos matar”, dizia a mensagem.

A polícia anunciou que controlou a situação, após realizar “várias prisões”, e divulgou fotos que mostram pelo menos dez suspeitos deitados no chão, com as mãos atadas.

Reação do governo

O presidente Noboa respondeu aos ataques decretando “conflito armado interno” no Equador. O decreto considera 22 facções criminosas como organizações terroristas e autoriza os militares a agir para combater todas as facções.

“Ordenei às Forças Armadas que realizem operações militares para neutralizar esses grupos”, disse o presidente equatoriano.

Fuga de líder do crime organizado

Os ataques estão sendo atribuídos à fuga de Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, líder dos Choneros, maior facção criminosa do Equador. Macías fugiu de uma prisão de Guayaquil no domingo, 7.

A fuga levou o presidente Noboa a decretar o estado de exceção, que inclui um toque de recolher das 23 horas às 5 horas.

“Não vamos negociar com terroristas”, disse o presidente Noboa. “Esses grupos narcoterroristas pretendem nos intimidar e acreditam que cederemos às suas exigências.”

Aumento da violência

A taxa de homicídios do Equador em 2023 foi de 46,5 assassinatos por 100 mil habitantes – oito vezes mais do que era em 2018. O presidente Noboa atribui o aumento da violência a uma retaliação pelas suas ações para “recuperar o controle” das prisões equatorianas.

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