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    Pai trans conta como foi a experiência de gerar o próprio filho

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    Roberto Bete, sempre teve o desejo de ser pai. O morador de São Paulo, porém, nunca imaginou que seria ele mesmo quem ficaria “grávido”. O papai de Noah, um menino de 1 ano e 8 meses, disse que a gestação foi um processo complicado, mas que não se arrepende de nada.

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    Segundo contou Roberto, Erika Fernandes – a mãe do Noah também é uma mulher trans e o filho é biológico dos dois: “O sonho dela era ser mãe e o que nos conectou foi esse projeto de ter um filho.“, explicou. Ambos pararam de tomar os hormônios e levaram um ano e meio para conseguir engravidar. Ao ver o teste de gravidez positivo, ele se sentiu em choque: “Fiquei em pânico, porque uma coisa é imaginar, outra é se materializar. Vieram muitas coisas na minha cabeça. Mas fizemos exame de sangue e, depois, o ultrassom. Lá estava o coraçãozinho já batendo.“, relembrou ele em entrevista à revista “Crescer”.

    Para gerar Noah, Roberto teve que interromper completamente o uso da testosterona e enfrentar a disforia – que é a dificuldade de se reconhecer em seu próprio corpo. Além disso, ele também teve que lidar com os sintomas da gravidez, o preconceito, entre incontáveis outros obstáculos. O papai coruja, contudo, garante que faria tudo de novo se fosse necessário: “O dia do parto do Noah foi o mais incrível da minha vida. Se eu pudesse reviver ele de novo, reviveria com as dores, com tudo. Foi tão mágico, tão incrível… Nunca vivi algo parecido.“, disse.

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    Por falar no parto, de acordo com Roberto, ele ficou 13 horas em trabalho de parto: “Era uma sensação de felicidade, de contentamento, de completude. Eu não sei nem verbalizar, de tão forte que foi.“, contou. Erika, a companheira de Roberto, fez translactação e conseguiu amamentar durante os primeiros meses. O pai já era mastectomizado, mas algumas glândulas mamárias haviam restado. Então, houve produção de leite, ele ficou inchado e precisou de medicação para aliviar a dor.

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