Em um reality show, como o Big Brother Brasil, os participantes ficam expostos 24 horas por dia, sendo observados a todo instante por milhares de pessoas. Além da vigilância, eles precisam se adaptar ao convívio diário com novas pessoas, de personalidades tão distintas, dentro de uma mesma casa. Com isso, a saúde mental do elenco pode sofrer alguns impactos.
O professor do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) de Campinas, Marcelo Santos, doutor em Psicologia Social, alerta que ter de se adaptar a uma nova realidade pode mexer com o psicológico. “Somente o fato de estar presente em uma casa confinada, com um grupo de pessoas que você não conhecia, tendo de passar por um período longo juntos e sendo vigiado por várias câmeras, já causa algum tipo de impacto na saúde mental da pessoa. Pensando na repercussão negativa, diria que o impacto é muito maior. Às vezes, a pessoa não tem ferramentas para lidar com tanta diversidade de acusações, e isso é muito ruim para a saúde mental.”, afirma.
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Ele explica ainda que outros fatores podem influenciar no psicológico. “O fato de estar incapacitado em sua mobilidade, limitado dentro das suas atuações, com ausência da família, lidando com várias adversidades ali dentro, tudo isso vai impactar de alguma maneira na saúde mental da pessoa.”, pontua.
No caso da repercussão positiva, Marcelo diz que também pode causar impactos, pois cria dentro da pessoa uma necessidade de reconhecimento constante, visto que, a fama do BBB, por exemplo, é uma popularidade que tem prazo de validade e futuramente pode causar algum impacto na saúde mental do participante por esperar algo que não vai receber novamente.
Segundo o especialista, os telespectadores ainda têm o hábito da “Cultura do Cancelamento”, uma punição para algo que está sendo feito, e que é contraditório ou atinge às ideias de um determinado grupo de pessoas. Ele alerta que tal ato pode ser prejudicial ao cancelado. “No geral, esse grupo percebe a força que tem na internet para cancelar e isolar aquela pessoa da sua vivência. Não existe uma receita para lidar com o movimento, que pode ter uma abrangência enorme, então isso pode levar a pessoa a situações até de risco de vida e vulnerabilidade.”, exemplifica.
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Marcelo analisa que a melhor forma de fugir da Cultura do Cancelamento e poupar a saúde mental é tomar cuidado ao falar e ao se comportar, e não entrar em polêmicas ou dar pontos de vista em relação à política e ideologias. Ele alerta para outro ponto. “O fato é que há um script a ser cumprido, existe uma estrutura do reality que, se você modificar demais, ela perde a essência e essa estrutura, infelizmente, mexe com a saúde mental dos seus participantes.”, finaliza.
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