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De falta de cuscuz a flerte por engano: Gil do Vigor revela perrengues na Califórnia

Gilberto Nogueira, conhecido como Gil do Vigor, conseguiu realizar dois grandes sonhos neste ano: entrar para o Big Brother Brasil e passar no processo seletivo para um PhD em Economia numa universidade nos Estados Unidos. Mas nem tudo são flores. O ex-BBB21 agora vive na Califórnia, onde já encarou perrengues, sofreu de saudade das comidas do Brasil e se atrapalhou ao se comunicar em inglês. 

Alguns desses momentos são mostrados no documentário Gil na Califórnia, que estreou na quinta-feira (9) no Globoplay. Dividido em cinco episódios, o material retrata a trajetória de Gil desde o passado dele em Pernambuco até os primeiros dias na Califórnia. As reflexões e as descobertas do economista unem os dois países em vários pontos e passagens de sua vida. 

Cenas do primeiro episódio mostram o acadêmico na maior pompa no aeroporto, embarcando para os Estados Unidos, com look escolhido a dedo e companhia de um segurança. Ao chegar na Califórnia, os colegas de turma e de apartamento de Gil se assustam com a fama que ele tem nas redes sociais, e o acadêmico confessa que não teve a simpatia de todos. 

“Quando chega um rapaz latino com câmera pra todo lado, milhões de seguidores, eles falam: ‘Quem é você?’. Fui acolhido pelos meus colegas de quarto, mas não por todos os alunos. Alguns criaram meio que uma repulsa, isso dificultou que eu me abrisse com todos da minha turma. Teve uma resistência”, revela. 

“Mas quem me conhece no Brasil sabe que a gente caga e peida como todo mundo. Quem veio do lixo não vai perder para basculho. Eu sempre deixei claro para os meus amigos que eu sou igual a todo mundo, não tem melhor ou pior. Mas no ultimo mês eu consegui me abrir com meus vizinhos. Descobri que é só pagar cachaça. Se comprar cerveja, você vira o melhor amigo deles”, brinca Gil. 

Aliás, quando começou a participar de eventos, Gil logo percebeu que a comunicação não seria tão fácil. Ele fala inglês e diz não se preocupar com sotaque, mas viu que há diferenças culturais e por isso pode ser mal interpretado. 

No Brasil, você fala ‘eu gosto tanto de você’, e as pessoas não vão achar que está apaixonado. Cheguei na festa, falei pra todos os machos ‘I like you so much’, e depois os machos todos com medo. Tive que ir de pessoa por pessoa falando que é coisa de amigo, não estou apaixonado. Se quiser me ‘tchaki tchá’ eu aceito, mas meu amor é de quenga, pra explicar isso é complicado. 

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“Eu comecei a ter um pouco de receio de falar. Não por conta do inglês, estou cagando pra quem não entende meu inglês. Mas ficava preocupado de gerar desconforto pra alguém, de passar mensagem que fosse distorcida, e isso gerar mal-estar na sala. Isso no início foi muito complicado pra mim”. 

Gilberto Nogueira embarcou no fim de agosto para a Califórnia, onde deve ficar de quatro a seis anos para concluir o PhD. Ele já se diz acostumado ao local e se diverte com amigos por lá, mas a saudade do cuscuz de sua mãe nunca passou. 

“É bem diferente [viver fora do Brasil]. Você pensa: ‘Será que vou conseguir viver aqui, com essas pessoas, sem cuscuz?’. Eu chorei porque estava sem as comidas. Coisas tão simples começaram a ter tanto poder, impacto na minha vida, que eu nem imaginava. Tinha medo de fazer e falar algo [nos EUA] que ofendesse alguém mesmo sem propósito, tive receio. E no final estava ensinando os americanos a fazer ‘tchaki tchá’ e descer até o chão”, se diverte. 

Com cenas dos primeiros perrengues e das peripécias do ex-BBB no exterior, o documentário Gil na Califórnia está disponível na íntegra no Globoplay. 

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