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Ex-panicat denuncia assédio no ‘Pânico’: “Era uma coisa rotineira”

Em entrevista à coluna de Fábia Oliveira, a ex-panicat Gabi Lavinnt revelou que o programa “Pânico na TV”, inicialmente da Rede TV e depois da Band, era um ambiente tóxico e machista, e que todas as panicats sofriam assédios enquanto trabalhavam lá.

A modelo participou do programa por seis anos: “Eu falo de fofocas e principalmente de assédio que eu sofri durante os quatros anos que trabalhei no Pânico. Entrei lá em 2012 e saí em 2018 e vi como era um ambiente machista e tóxico. Muita baixaria”

Ela foi contratada ainda no período que o programa era exibido na Rede TV. “Eu aparecia sem roupas no lugar do entregador de pizzas. Topei porque ficar sem roupas nunca foi um problema para mim e até que foi tranquilo porque todos me respeitaram e tudo saiu melhor do que esperavam”, lembrou ela.

Depois disso, Gabi foi convidada mais vezes para participar do Pânico e em uma das ocasiões sofreu assédio por um diretor.

“Uma vez, no intervalo de uma delas, um dos diretores me chamou para um reservado. Eu juro que achei que ele iria passar alguma coisa, uma dica ou me cobrar algo. Não levei na maldade mesmo, mas aí ele me agarrou (…)”, relatou.

A modelo explicou por que não denunciou antes:  “Eu fiquei calada porque precisava daquele trabalho. O Pânico não me dava dinheiro, mas me proporcionava fazer outros trabalhos fora da televisão como campanhas, desfiles para marcas, ensaios de biquíni e presenças vips e isso foi o que me tirou da pobreza”.

“Eu sou de uma favela do Jardim Ângela, aqui de São Paulo, e consegui ganhar dinheiro com esses extras para sair de lá e poder ter uma vida melhor”, disse.

Gabi revelou que precisou fazer terapia em 2020 por ter desenvolvido um quadro de depressão: “Eu resolvi largar tudo para tratar de uma depressão. Passei também por várias crises de ansiedade por conta de episódios que eu vivi nos bastidores da televisão”, continuou.

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“Sofri por uma exposição não tão legal e olha que não era aquela exposição porque eu nem era famosa, mas eu não queria mais ser vista daquele jeito. Fui fazer terapia, estudar e descobrir realmente quem eu era. Foi uma decisão bem pensada. Tive que sumir para me recuperar da imundície dos bastidores”, completou a modelo.

A ex-panicat não citou os nomes dos envolvidos, mas confirmou que os assédios eram frequentes: “Percebi que aquilo era uma coisa rotineira e que todas as meninas eram assediadas”.

“Das panicats mais famosas até as que só eram participantes de alguns quadros como eu era, todas eram assediadas. Também fui vendo que as meninas que topavam ‘colaborar’ iam subindo, iam aparecendo mais nos programas, ganhavam destaques”, revelou.

“Nós éramos chamadas xingadas pelos diretores e pelos atores. Diariamente. Os únicos que nos respeitavam eram o Carioca, Ceará e o Emílio. O resto nos xingava direto. Eu não ligava muitos para os xingamentos e não me afetavam porque eu sabia que aqueles adjetivos não eram pra mim”, contou.

“O que me deixava irritada e possuída de ódio era ter que sair com alguém para ganhar um destaque no programa. Também não gostava quando passavam a mão na minha bunda. Era direto, eu ficava indignada”, finalizou.

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