Covid: Fiocruz alerta que variante brasileira pode ter carga viral 10 vezes maior

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A variante brasileira do novo coronavírus, conhecida como P.1, pode ser responsável por uma carga viral até 10 vezes maior do que outras cepas do Sars-CoV-2, é o que diz uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e que foi assinada por 29 cientistas.

Essa característica pode explicar o aumento da frequência de casos no Amazonas. Em dezembro, a variante correspondia a 35% das infecções e em janeiro, já passava dos 75% dos casos, segundo Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia.

O pesquisador, em entrevista à RFI, explicou: “Acredito que esta carga viral mais alta facilite a transmissão do vírus. Os pacientes têm mais vírus nas secreções de nasofaringe, é mais fácil que este vírus seja transmitido para outras pessoas. Se observarmos o período quando a P1 emerge – em dezembro do ano passado, com as férias de final de ano, Natal, Ano Novo, situações em que as pessoas acabam se aproximando mais, mesmo que não devam -, achamos que foi o cenário perfeito para a disseminação de uma variante com um poder ainda maior de transmissão”.

++ Estudo indica que tipo sanguíneo não tem relação com incidência da Covid-19

O estudo acompanhou a evolução das mutações e variantes ao longo tempo, entre março de 2020 e janeiro de 2021, em pacientes do Amazonas.

Naveca acredita que a capacidade de transmissão da P.1 pode explicar a grande quantidade de casos entre pessoas fora do grupo do risco, principalmente os mais jovens, que saem para trabalhar ou aqueles que insistem em aglomerações.

“São pessoas que acreditam que, mesmo que peguem a doença, terão uma resposta mais tranquila. E nós temos ouvido relatos de médicos dizendo exatamente o contrário. Então, tem vários fatores aí. Mas certamente a causa por trás do avanço da Covid-19 no Brasil nesse momento é a P1”, finalizou o pesquisador.

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